Opinião

Seção do blog onde você encontra artigos, notas e opiniões de membros da categoria de Técnico-administrativos da UFPE, devidamente assinadas. Os textos aqui apresentados não necessariamente expressam a opinião do conjunto da direção sindical.


25/11/2020 - Nota de Insatisfação das Técnicas e Técnicos Administrativos em Educação do Centro de Biociências em relação ao processo de construção do novo regimento do Centro

 

Os Centros da UFPE estão no meio de um processo de elaboração de seus respectivos regimentos, sob as diretrizes dos recentes aprovados Estatuto e Regimento da Universidade. Alguns Centros já concluíram esse processo, outros ainda estão nessa construção. Aqueles que já tiveram seu novo regimento aprovado nos conselhos superiores, não necessariamente se equivalem ao peso da representação do segmento técnico administrativo em suas instâncias decisórias, apresentando assim uma diversidade de propostas normativas.

De certo modo, em locais onde a incidência da organização política de técnicos administrativos se fez e/ou se faz mais presente, houve algum tipo de avanço no texto normativo no tocante ao reconhecimento da legitimidade e do peso político pedagógico do nosso segmento. Em outros locais, e mesmo à revelia dos anseios do segmento técnico, o texto expressou uma cota muito inexpressiva e questionável acerca da participação das Técnicas e Técnicos Administrativos em Educação nas instâncias decisórias.

Apesar de um novo Estatuto e Regimento aprovados com modificações em relação ao que se produziu na Estatuinte Paritária, estamos agora no contexto dessa construção dos novos regimentos dos Centros. E nós, Técnicas e Técnicos Administrativos em Educação do Centro de Biociências (CB), temos tentado participar dessa construção em acordo com nosso acúmulo de debates e legitimidade democrática. Estamos nos reunindo e nos mobilizando periodicamente há um certo tempo com o intuito de contribuir com esse novo texto e reivindicar nosso espaço de representação nas devidas instâncias. Ao fazer esse movimento, entendemos que um novo regimento de Centro deve expressar uma concepção de fundamento democrático que dê vazão ao conjunto das visões e saberes dos componentes permanentes desse espaço educacional, a saber: o segmento estudantil, docente e técnico administrativo. Ainda entendemos que, numa conjuntura difícil para a universidade pública, na qual sua autonomia está sendo frontalmente atacada, a exemplo do já recorrente desrespeito às decisões das comunidades universitárias acerca de seus dirigentes máximos, é imperativo combater esses ataques também alargando, dentro de nossas próprias instituições, os espaços de participação.

É nesse bojo que queremos declarar nossa insatisfação com os rumos da construção do novo regimento do CB. Não estamos conseguindo ter garantidos o devido espaço de diálogo, escuta e participação nessa construção, a qual teve início, no âmbito do CB a partir da nomeação, por meio da Portaria nº 01/2019 – CB/DIR, de comissão responsável por elaborar uma minuta de regimento a ser aprovada no Conselho Departamental. A comissão não paritária, formada por cinco docentes, um técnico e um discente, apresentou a minuta em reunião do Conselho Departamental realizada no dia 16/09/2019, sendo acordado por seus conselheiros que a totalidade do seu texto não seria debatido no momento, sendo enviado por e-mail aos chefes de departamento e ao Conselho Técnico Administrativo (CTA) a cópia do documento para apreciação e envio de propostas de mudanças no texto. Tão logo recebeu a cópia da minuta, o CTA deu início a coleta do maior número possível de e-mails das Técnicas e Técnicos Administrativos em Educação lotados no centro para o envio da minuta do novo regimento do CB, com a proposta de os TAE’s se reunirem no dia 08/10/2019 para debatermos em conjunto sobre as mudanças que poderíamos propor. As propostas feitas pelo CTA foram recebidas pela diretora do centro e pela comissão responsável, mas até o presente momento não foram compartilhadas as alterações feitas no texto da minuta nem foi marcada reunião do Conselho Departamental após a data de entrega das propostas.

Encaminhamos ofícios à Diretora do Centro de Biociências solicitando a abertura de consulta pública para que a comunidade do referido Centro tivesse a oportunidade de contribuir com sugestões, correções e alterações ao corpo do texto com a finalidade de ampliar o caráter democrático e promover a diversidade de pensamento referente ao processo de construção da minuta. Todavia, tanto o CTA quanto a comunidade universitária receberam como resposta o silêncio, demonstrando a falta de consideração e vontade da diretoria do centro.

Apesar de o atual Estatuto e Regimento da UFPE não expressarem o trabalho realizado pela Estatuinte Paritária, ao menos deve ser garantida a materialização de fato da democracia, enquanto princípio que orienta as demais regras do Estatuto e dos regimentos dos centros acadêmicos, para que a comunidade universitária decida através de suas vozes plenas as ações que irão tomar em defesa dos ataques que a educação e o serviço público têm sofrido e vão sofrer se nos mostrarmos apáticos frente ao desafios enquanto membros da classe trabalhadora.

Conselho Técnico Administrativo do Centro de Biociências