31 julho, 2019

Técnicos preparam a Greve Nacional da Educação

Deliberação se deu em assembleia da categoria, realizada na manhã desta quarta-feira (31) e que preparou agenda de mobilização

A assembleia ocorreu no auditório do Departamento de Hotelaria e Turismo da UFPE e iniciou com uma explanação sobre o "Future-se", apresentado pelo Ministério da Educação. A exposição foi feita pelo professor da UFPE e diretor da Adufepe, Audísio Costa, que fez um histórico das relações econômicas e implicações políticas no Brasil, envolvendo interesses internacionais, desde a descoberta das bacias de petróleo, na camada pré-sal, passando pelo impedimento da ex-presidente Dilma, a Operação Lava Jato, eleições presidenciais, até hoje.

Depois dos debates sobre a conjuntura, em meio às diferenças de percepção da realidade, os técnicos trataram dos encaminhamentos de resistência ao pacote de maldades do governo Bolsonaro, para a educação pública, às universidades federais, e nestas, com os trabalhadores Técnico-administrativos.

Encaminhou-se pela preparação da Greve Nacional da Educação pública no dia 13 de agosto, com panfletagem, atos públicos e paralisações. Na construção a categoria deve se somar nas ações convocadas em unidade com o seguimento dos professores e estudantes. Já no dia 5 de agosto terá panfletagem a partir das 7h, na entrada do campus Recife. Tanto o dia 5 quanto a mobilização e paralisação do dia 6 serão na UFPE o "esquenta" para a realização da Greve da Educação do dia 13.

Também se deliberou pela provocação à Fasubra, para que está chame em caráter de urgência uma Plenária Nacional da Federação, pela construção de uma agenda de lutas dos trabalhadores das Universidades Federais, contra os ataques do governo.

Por fim, o Sintufepe-UFPE irá provocar uma nova reunião com a representação dos 3 seguimentos para chamar uma Assembleia Universitária, com data indicada para 21 de agosto.

30 julho, 2019

Durante entrevista, Weintraub faz propaganda pela voucherização da educação pública

“Se a graduação de um aluno de uma federal é de, em média, R$ 450 mil para o pagador de impostos, porque não chegarmos para esse aluno e dizemos que daremos a ele R$ 300 mil para se formar onde ele quiser?”. Esse é o ideal de financiamento da educação pública do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, que concedeu entrevista em uma rádio gaúcha, na manhã de 30 de julho. Segundo o ministro essa seria a maneira de economizar o “dinheiro do pagador de impostos e do estudante conquistar o diploma”.

Weintraub está em processo de lançamento do projeto do governo federal para a educação, o “Future-se”, que concede autonomia para que as universidades possam captar recursos com financiamento privado, para sustentar as instituições federais de ensino.

O gestor do Ministério da Educação também pontuou que o investimento público nas universidades inviabiliza o direcionamento de dinheiro para a ampliação de creches no país, “Não é possível que o orçamento de uma universidade, apenas, custe mais do que o que custaria bater a meta de crianças na creche”, sustenta o ministro, que afirma ser a meta do MEC colocar 1,7 milhão de crianças em creches, mas sem dar prazos para isso.

25 julho, 2019

Incerteza na UFPE: com corte de 30% da verba mantido, universidade para em setembro

Por Marco Zero Conteúdo



Quando as aulas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) voltarem daqui a dez dias, os mais de 40 mil alunos devem encontrar um cenário de incertezas. Com 30% do orçamento de 2019 ainda bloqueado pelo Ministério da Educação, a UFPE tem condições de funcionar somente até setembro. O orçamento de agosto está garantido, mas ainda nem foi liberado para empenho. É com esse dinheiro que a universidade paga despesas com manutenção, energia, limpeza e segurança. O tempo corre, o impasse com o MEC permanece e alunos e sociedade já sentem os efeitos do corte – ou contingenciamento, como o Governo Bolsonaro nomeia.

Os professores do Departamento de Geologia já foram comunicados que não vão poder fazer aulas práticas no próximo semestre. A restrição, aliás, deve se estender para muitos outros cursos: sem a manutenção adequada, os ônibus da UFPE só podem rodar na Região Metropolitana do Recife. Não há verba para aluguel de transporte. Na semana passada, a pró-reitoria de Extensão e Cultura suspendeu o edital Pibexc – que oferece até R$ 3 mil para projetos e bolsas de R$ 382 para até dois alunos. Os projetos já em execução estão com bolsas garantidas para os estudantes só até o mês de dezembro. Os recursos para 28 projetos aprovados que teriam início em agosto já foram suspensos: entre eles, um programa de capacitação para zika oferecido a profissionais de saúde básica e de prevenção da sífilis.

Mesmo os projetos que seguem estão passando por dificuldades desde maio, quando foi anunciado o bloqueio e as federais de todo o Brasil tiveram que puxar o freio. O projeto de extensão Língua solta, do curso de Odontologia, é um deles: conseguiu manter duas bolsas pelos menos até dezembro. É o único lugar no estado a fazer cirurgias gratuitas em bebês que nascem com a “língua presa”. “Geralmente os médicos dizem que não precisa, que quando crescer melhora, mas esses bebês encontram dificuldade para mamar. Com uma pequena cirurgia, conseguem se alimentar muito melhor”, explica o estudante bolsista Ítalo Ferreira Monteiro, do quarto período do curso. Há meses em que o projeto atende até 240 bebês, vindos de várias cidades de Pernambuco.

Com o bloqueio, alguns itens começaram a faltar e a manutenção foi prejudicada. “Os materiais usados no Língua Solta são à parte do projeto de extensão, mas o que acontece é que por vezes a limpeza da clínica tem ficado defasada. Ano passado a limpeza era perfeita. Hoje, falta sabão, falta papel adequado para poder embalar os materiais…nem caixa de coleta para materiais cortantes estamos usando, porque não está chegando dinheiro para isso”, lamenta.

Para este semestre, Ítalo estava em um grupo de alunos e professores de outros cursos de saúde para montar um projeto sobre imunologia. Agora, com a suspensão do edital, o projeto vai ficar para o ano que vem.

Ítalo também é um dos fundadores do movimento Balbúrdia UFPE, que mostra nas ruas e nas redes sociais como é importante o papel de uma universidade pública que invista na tríade ensino, pesquisa e extensão. “Pernambuco tem muito a perder se esse bloqueio continuar. Todo curso, todo departamento atende diretamente a população com os projetos de extensão. Há atendimento odontológico, de nutrição, fisioterapia. O Departamento de Educação Física, por exemplo, tem projetos com pessoas cardíacas, especiais e idosos. Se a manutenção da universidade parar, esses projetos todos também param, porque ninguém vai para a universidade se não tiver segurança, energia. Acredito que na volta às aulas vamos encontrar muitas dificuldades”, diz.

Estudante do quinto período de Pedagogia, Estefane Domingos entrou na UFPE em sexto lugar no curso. Também faz parte do Balbúrdia. “No Centro de Educação tem dois cursos pré-vestibulares em que os alunos dão aulas. O Gradação, que começou este ano, não tem bolsa para ninguém. É um projeto para a formação do docente, mas que atende a comunidade surda, LGBTQI+, estudantes com alta vulnerabilidade socioeconômica…Então, quando a universidade começa a sofrer cortes, isso implica no atendimento à sociedade e também na permanência do estudante na universidade e na manutenção desses prédios. Ficamos com um sentimento de incerteza: como vai ser no próximo semestre? Vamos conseguir terminar nossa graduação?”, questiona.

A UFPE não divulgou quantos projetos serão suspenso e quantas bolsas devem deixar de ser oferecidas ao longo do semestre com a suspensão do edital Pibexc. A pró-reitora de Extensão e Cultura, Christina Nunes, não quis dar entrevista.

MEC não faz aceno para universidades
O orçamento de manutenção da UFPE para 2019 foi previsto em R$ 172 milhões. O corte de 30% responde por R$ 55,8 milhões. O orçamento geral da UFPE ultrapassa R$ 1,5 bilhão, mas o grosso das despesas é com salários, o que não é de gestão orçamentária da UFPE. É com os R$ 172 milhões que a UFPE estava contando para pagar segurança, limpeza e manutenção de uma estrutura de 1,8 milhão de metros quadrados, dividida em três campi. O dinheiro também é usado para repor equipamentos quebrados e para alguns tipos de bolsas, como as de extensão e monitoria. Só de energia, a UFPE paga uma conta mensal de R$ 2 milhões, nos meses com aulas.

Por enquanto, não há nenhuma negociação entre o MEC e a UFPE para a liberação dos recursos. Em maio, o ministro da Educação Abraham Weintraub chegou a condicionar a liberação dos recursos à aprovação da Reforma da Previdência.

O pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da UFPE, Thiago Galvão, diz que só tem uma opção: ficar otimista com a liberação da verba. “Se não for assim, vão parar todas as universidades federais do país. Por mais que seja complicado a gente ter que passar por essa situação, de cada vez mais ter que demonstrar a relevância social da universidade, e de que educação não pode ser contingenciada desta forma, temos otimismo de que o governo vai se sensibilizar. É um universo de 1,2 milhão de estudantes no Brasil, só na graduação, que está dependendo disso para continuar a estudar no segundo semestre”.

A manutenção na UFPE também foi prejudicada com a demissão de cerca de 60 funcionários terceirizados, após a repactuação de contratos. “Funcionários que limpavam banheiros, por exemplo, teriam que receber um salário maior. A UFPE não tinha verba para aumentar o contrato e infelizmente houve demissões”, conta o pró-reitor.

Em nota à Marco Zero, o Ministério da Educação afirmou que o “contingenciamento” é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. E novamente condicionou a liberação da verba a uma possível melhora do cenário econômico. “Entretanto, na expectativa de uma evolução positiva nos indicadores fiscais do governo, o MEC vem articulando com o Ministério da Economia a possibilidade de ampliação dos limites de empenho e movimentação financeira a fim de cumprir todas as metas estabelecidas na legislação para a Pasta. Caso o cenário econômico apresente evolução positiva no segundo semestre, os valores bloqueados serão reavaliados”. A nota também cita o programa Future-se como uma forma de “aumentar a autonomia financeira de universidades e institutos”.

Os orçamentos das instituições de ensino federais, no entanto, são feitos sempre um ano antes e aprovados pelo Congresso. Ou seja, o valor da verba para UFPE já estava previsto no orçamento da União desde o ano passado. Até o final do próximo mês, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) vai encaminhar para o Congresso a proposta de orçamento de todas as universidades federais para o ano de 2020. Ainda estão na fase de levantamento de dados, já que os cálculos passam pelo número de estudantes matriculados, turnos de funcionamento e tamanho da estrutura física. Quem deve gerir esses recursos na UFPE é o próximo reitor, que assume em outubro. Na consulta à comunidade acadêmica, quem ganhou o pleito foi o professor Alfredo Macedo Gomes, do Departamento de Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) do Centro de Educação. Falta ainda a confirmação da escolha pelo presidente da República.

18 julho, 2019

Não é “FUTURE-SE”, é “VENDE-SE”


Com a ideia de “reestruturar o financiamento do ensino superior público no Brasil”, o Ministério da Educação anuncia o projeto “Future-se”, para abrir as portas das universidades públicas federais à busca de financiamento privado. A proposta consiste em implementar uma política de Parcerias Público-Privadas trocando “doações” ou “adoções”, em troca da cessão de prédios e a implementação de Organizações Sociais para contratação de serviços terceirizados.

A partir do “Future-se” as universidades não mais serão centros acadêmicos, observando os três pilares de sustentação para a formação cientifica (ensino, pesquisa e extensão), para destinar-se a ser meras captadoras de recursos, ficando nas mãos do mercado. O caráter público será desconsiderado em nome do interesse de quem irá passar a financiar as pesquisas. O projeto está em consulta popular, disponível até 7 de agosto, quando será encaminhado como projeto de Lei para o Congresso.

Mobilização

Sindicatos, Fasubra e movimento estudantil começam a se articular no que promete ser uma dura batalha em defesa da Universidade autônima, pública e socialmente referendada. Para isso a mobilização da construção de uma Greve Nacional da Educação, no dia 13 de Agosto é tão importante. Apenas um movimento popular poderoso, como foram as manifestações nacionais em defesa do orçamento das universidades, para colocar o governo contra a parede é que poderá barrar o avanço dessa proposta que visa por uma placa de “vende-se” nas Instituições Federais de Ensino Superior.

17 julho, 2019

Dia 12/7 foi grande. Dia 13/8 será maior

No dia 12 de Julho, convocado nacionalmente como Dia Nacional de Mobilização contra a Reforma da Previdência, os Técnico-administrativos da UFPE e o Sintufepe-UFPE se somaram as Centrais Sindicais para denunciar o desmonte da Previdência Pública, promovido pelo governo Bolsonaro com a aprovação dos Deputados Federais.
Esse foi mais um dia de paralisação da categoria e engajamento na luta pela construção de outra greve geral, para defender os direitos e as aposentadorias.

E para dar continuidade a luta contra os cortes no orçamento da educação pública e em defesa da Universidades, a próxima etapa já tem data marcada.
13 de Agosto é dia de Greve Nacional da Educação no Brasil.

Pre-pa-ra!#TsunameDaEducação 

10 julho, 2019

12 de Julho é dia de seguir na luta pelos direitos

A Comissão Especial que analisava a proposta de Reforma da Previdência do governo Bolsonaro concluiu os trabalhos votando um texto base, que segue agora para os debates no plenário. A batalha no parlamento em defesa dos direitos será intensa, pois o governo já deseja por a  reforma em votação ainda no mês de julho, precisando de no mínimo 308 votos a favor para ser aprovada.

Entidades contrárias à proposta irão permanecer na luta e continuam em estado de mobilização. Diversas atividades estão programadas culminando no grande Dia Nacional de Mobilização contra a Reforma da Previdência, no dia 12 de Julho. Ato inicialmente convocado pela UNE, e que foi abraçado pelos sindicatos e Centrais Sindicais, para pressionar os parlamentares pela rejeição do PL 06/2019.

O Sintufepe-UFPE aqui no estado e a Fasubra em Brasília então empenhados nessa mobilização na defesa dos direitos e contra o pacote de maldades que seguirá sendo aplicado por Bolsonaro e Paulo Guedes, mesmo se a reforma passar. A cada dia fica mais evidente que essa disputa deve se dar nas ruas, com a mobilização do funcionalismo público, somado aos trabalhadores da iniciativa privada, a juventude e demais setores da sociedade brasileira.

O que está em jogo é o futuro das condições de trabalho e de vida da população.

04 julho, 2019

Sintufepe-UFPE convoca a categoria para continuar à luta em defesa das aposentadorias

Em assembleia dos Técnicos-administrativos da UFPE realizada na manhã desta quinta-feira (4), no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, a categoria deliberou pela continuidade da luta contra a Reforma da Previdência apresentada pelo governo Bolsonaro e em debate no Congresso Nacional. A próxima etapa dessa disputa se dará no Dia Nacional de Mobilização contra a Reforma da Previdência, convocada pelas Centrais Sindicais para o dia 12 de julho.

Até lá, o sindicato assumiu a responsabilidade de preparar a mobilização na Universidade.

A reunião dos técnicos também determinou a prorrogação do mandato da atual gestão do sindicato, até o dia 25 de outubro, convocando desde já a eleição do Sintufepe-UFPE para o dia 25 de setembro. E para coordenar o processo eleitoral a categoria elegeu nesta assembleia a composição proporcional da comissão que irá conduzir o pleito de disputa da nova direção do sindicato.

Ação dos 3,17% com previsão de liberação a partir de 8 de julho

Assessoria jurídico do Sintufepe-UFPE comunicou ao sindicato que a AÇÃO dos 3,17% terá liberação para pagamento a partir do DIA 8 DE JULHO para os listados.
A diretora do Departamento Jurídico, Socorro Silva, informa ainda que qualquer dúvida o sócio deverá entrar em contato com o departamento, tratando com ela ou a funcionária do setor, Yara Lyra.