26 junho, 2020

Nova chefia do MEC tende a se aproximar do “centrão”


O nome anunciado para novo ministro da Educação é Carlos Alberto Decotelli, professor e militar da reserva

No meio da tarde de quinta-feira (25), Bolsonaro divulgou a decisão nas redes sociais. Decotelli é professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Bolsonarista desde a campanha eleitoral de 2018, assumiu de cara a função de presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) logo no começo da gestão. Agora assume o MEC no lugar de  Abraham Weintraub e se torna o terceiro ministro a comandar a pasta da educação desse desgoverno.

Já nas primeiras manifestações depois do anuncio, Decotelli defendeu como prioridade a ampliação do “diálogo e interlocução para que haja a divulgação correta em relação às políticas do MEC”. O FNDE segue como a moeda de troca que o governo oferece para o apoio de partidos no congresso.

Afirmando não ter “preparação para fazer discussão ideológica”, o agora ministro sugere a intenção de neutralizar a ala do governo influenciada por Olavo de Carvalho, o que deve facilitar o loteamento de cargos para legendas como o PP (Partido Progressista) e PL (Partido Liberal) no robusto orçamento do MEC. Só o FNDE controla R$ 54 bilhões ao ano.      

Weintraub e Vélez Rodríguez endossam decisão

Os ex-ministros do MEC, Weintraub e Vélez Rodríguez manifestaram-se sobre a indicação. Weintraub, que segue foragido em Miami (EUA), usou as redes sociais para desejar “muita sorte e sucesso ao ministro e ao presidente”. Já Vélez, disse que o novo ministro “é alguém que dialoga com todo mundo”.

Decotelle tem fama de bom trânsito entre os militares. Oficial da reserva da Marinha, torna-se o 11º ministro militar de um governo que ainda não disse a que veio quando o tema é educação.  

Diante desse cenário de interesses escusos, o Sintufepe-UFPE segue se posicionando em apoio às lutas da classe trabalhadora, em defesa das ciências, da produção acadêmica nacional, da Universidade pública, do Fundeb e do financiamento público da educação como forma de garantir que o conhecimento sirva ao desenvolvimento do país, reduzindo desigualdades e injustiças sociais.

Será mesmo uma gestão técnica e menos ideológica a desse novo ministro?

Sintufepe UFPE
Em defesa da Educação, da Saúde e do Serviço Público

22 junho, 2020

Sai liminar que garante auxílio-transporte, horas extras e férias durante a pandemia

Mais uma vitória do Sintufepe-UFPE: o Poder Judiciário, através do despacho do Agravo de Instrumento, assinado pelo Desembargador Federal Ivan Lira de Carvalho, concedeu a categoria os direitos que foram indeferidos na decisão judicial do dia 21 de maio. Com isso, os efeitos dos artigos 4º e 5º da Instrução Normativa nº 28/2020 estão suspensos na integralidade.

Passam a ter deferimento agora garantido na Justiça, o pagamento de auxílio-transporte, a autorização para serviços extraordinários (horas extras), prorrogação ou alteração de férias programadas e a reversão de jornada reduzida. Direitos que se somam ao retorno do pagamento do adicional noturno e adicional ocupacional de insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante, bem como a gratificação por atividades com Raios-X, dos técnicos, já garantidos na decisão da primeira instância.

Mais uma conquista judicial do sindicato, frente ao texto arbitrário da Instrução Normativa 28, que define orientações quanto ao desempenho das atividades profissionais executadas fora do local de trabalho, em função da pandemia de Covid-19, mas que por conta disso vinha provocando perdas salariais aos técnicos da UFPE.

18 junho, 2020

Melhores condições de trabalho são cobradas em reunião com o reitor

A reunião ampliada da diretoria do Sintufepe UFPE, com o reitor Alfredo Gomes, foi realizada ontem (17) através de videoconferência, das nove horas da manhã até uma e meia da tarde. Na pauta, questões prioritárias para a categoria no atual momento: trabalho remoto e serviços essenciais na UFPE em tempos de pandemia da covid-19. O evento foi aberto à participação dos servidores da universidade, através da divulgação nas mídias do sindicato e aplicativo de mensagens. A atividade foi uma iniciativa da direção sindical e chegou a contar com a participação simultânea de 220 pessoas. Através das redes sociais foram alcançadas 359 pessoas.

A proposta da coordenação colegiada do Sintufepe UFPE é que as reivindicações dos servidores da Universidade Federal de Pernambuco e do conjunto da classe sejam fortalecidas, ouvidas e atendidas pela administração central. Em tempos de distanciamento social, a videoconferência é o melhor canal para que haja esse diálogo amplo e transparente. A grande maioria dos trabalhadores da instituição está executando suas tarefas profissionais em “home office”. Aqueles que atuam em serviços essenciais, como a área de segurança, do Hospital das Clínicas e laboratórios que realizam testagem do coronavirus, estão na linha de frente do combate à epidemia e correm riscos ainda maiores de contaminação.

Além da pauta principal, temas correlatos foram apresentados pelos participantes, como as condições de trabalho dos terceirizados, convocação e homologação de concursados, paridade e integração dos aposentados, segurança digital e outros. Acompanhe a avaliação e os encaminhamentos dessa reunião ao longo da semana através das mídias do sindicato.

Os questionamentos e queixas da categoria foram expostos ao reitor e sua equipe. Dentre os presentes estavam Brunna Carvalho (pró-reitora de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida), Luís Alberto (Superintendente do HC) e Fábio Cesar (da STI - Superintendência de Tecnologia da Informação, antigo NTI).

A direção do Sintufepe está sistematizando as reivindicações e respectivas respostas apresentadas na reunião para acompanhar o atendimento e continuar cobrando da gestão a garantia do cumprimento de direitos, a melhoria das condições de trabalho e remuneração da categoria.

A expectativa dos funcionários é que as questões continuem a ser abordadas na Mesa Permanente de Diálogo e Negociação, entre sindicato e administração central. A próxima data da agenda dessa instância será divulgada em breve.

Foi proposta a transmissão em rede social aberta, mas a assessoria do reitor informou que não tinha havido previsão técnica para isso. A direção sindical propôs ainda que o link da reunião fosse divulgado desde a noite do dia anterior, mas a gestão da UFPE só concordou que a informação ficasse disponível meia hora antes do evento.

O encontro virtual contou com a participação de Fernando Maranhão e Adalberto Tavares, apresentaram o posicionamento do Sintufepe na abertura e encerramento da reunião; Lenilson Santana (Jurídico), Jadilson Miguel (Formação), Niedja Ramos (Financeiro) e Claudenice Maria (Aposentados), fizeram parte da coordenação do evento, representando o sindicato. Na divulgação, cobertura jornalística e apoio técnico, atuaram o coordenador de comunicação Marcus Silvestre e a assessoria de comunicação do sindicato, a Rubra Comunicação.

Sintufepe UFPE
Em defesa da educação, da saúde e do serviço público

17 junho, 2020

[AGORA] Reunião Ampliada com o reitor

O Sintufepe-UFPE convida toda a categoria de Técnico-administrativos em Educação da UFPE para participar da Reunião Ampliada com a presença do reitor Alfredo Gomes.
Atenção: o link da videoconferência é este: meet.google.com/hdg-gizn-jxw

Caso o técnico ou a técnica não tenha o aplicativo do meet.google intalado no celular, ao clicar no link será dirigido a loja de aplicativos do celular e terá de baixar o app. Após baixar aparecerá a opção de acesso a sala virtual.

A reunião também será retransmitida pela Fanpage Sintufepe-UFPE.


13 junho, 2020

Congresso devolve MP 979 e Bolsonaro é obrigado a revogar medida

O presidente Jair Bolsonaro revogou, ainda na sexta-feira (12), a Medida Provisória 979/2020, que concedia ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, poderes para escolher reitores biônicos temporários e indica-los às universidades públicas e institutos federais durante a pandemia.

A revogação se deu no mesmo dia em que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), devolveu o texto ao Palácio do Planalto, justificando que "considera a MP inconstitucional e também por um ato de defesa das universidades federais, que estão desempenhando um papel fundamental nas pesquisas de combate ao coronavírus", destaca o senador.

Na atual metodologia de escolha, as instituições definem os reitores através de consulta interna, formando uma lista tríplice. Depois, o presidente da República escolhe um dos nomes; em geral, é respeitada a escolha interna das instituições, sendo indicado ao cargo de reitor da instituição o candidato que terminou em primeiro lugar.

Com a revogação, Weintraub, à frente do Ministério da Educação, segue colhendo derrotas, o que lhe fragiliza ainda mais para ter sustentação no cargo.

11 junho, 2020

Nota do Sintufepe UFPE sobre a MP 979/2020


A Medida Provisória 979/2020, que autoriza o ministro da Educação a indicar reitores das universidades federais durante a pandemia da Covid-19, é a confirmação das caraterísticas autoritárias deste governo e do seu desprezo pela democracia, pela pluralidade e pela autonomia das instituições de pesquisa e ensino superior.

O Sintufepe UFPE entende que essa é mais uma tentativa de sufocar o pensamento, a liberdade de expressão, o conhecimento e a produção artística, cultural e científica, marcando com muita evidência o caráter obscurantista deste governo.

Defendemos as universidades públicas, como espaço de excelência na construção do conhecimento e de oportunidades para o exercício do direito democrático à educação, onde a classe trabalhadora e seus filhos podem se qualificar no mais alto nível, ascender social e profissionalmente, e contribuir para o desenvolvimento e a justiça social no nosso país.

Convocamos a comunidade acadêmica, trabalhadores e estudantes, à resistência em defesa da universidade pública de qualidade, com autonomia de gestão, democrática, inclusiva e referenciada socialmente.

A Comunidade Universitária continuará elegendo seus reitores!
#DemocraciaNasUFs.

Sintufepe UFPE
Em defesa da educação, da saúde e do serviço público!

10 junho, 2020

Governo de Pernambuco antecipa, de maneira precipitada, a reabertura das atividades econômicas no estado

O Lockdown nos municípios de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço da Mata chegou ao fim no dia 31 de maio. A medida foi implementada no dia 16 daquele mês e não conseguiu alcançar a meta de 70% de adesão da população às medidas de isolamento social. Apesar disso, foi registrada uma desaceleração no contágio do novo Coronavírus em Pernambuco, segundo a Secretaria de Saúde do Governo do Estado, bem como levantamentos feitos pelo Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e pela Escola de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Londres.

No dia seguinte ao encerramento do lockdown, o governo de Pernambuco anunciou o chamado “Plano de Convivência com a Covid-19” que prevê a retomada das atividades econômicas em Pernambuco em 11 etapas. Na sexta-feira (5), foi anunciada a antecipação do cronograma e mudanças nas regras de funcionamento para parte dos 32 setores que voltarão a operar. Por pressão dos empresários o governo sinaliza tal abertura, mas sem indicar a correção de um problema sério que a Região Metropolitana do Recife enfrenta desde antes da pandemia, que é o péssimo serviço de transporte coletivo oferecido pelo Consórcio Grande Recife de Transporte e as empresas de ônibus concessionarias. Já no início dessas etapas é visível um aumento absurdo na lotação do transporte coletivo, agravando o risco de contaminação dos trabalhadores e trabalhadoras que utilizam esse tipo de transporte.      

No último domingo (7), o governador Paulo Câmara chegou a divulgar que o estado conseguiu zerar a fila de pacientes aguardando por leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), porém, segundo dados disponibilizados pelo Portal de Transparência de Pernambuco, a Secretaria de Saúde registra ocupação de 96% das vagas nos leitos de UTI e 62% das vagas nas enfermarias.

Em entrevista a infectologista Dra. Marcela Vieira, apontou que ainda era muito cedo para o Governo do Estado implementar tais medidas. “A minha avaliação é que, no momento, [a reabertura] está sendo precipitada. Eu acho que precisaria de um tempo maior de avaliação da permanência desse decréscimo que tem acontecido em relação ao número de casos”. Para ela, a aparente estabilidade não assegura que este seja o momento adequado para a retomada. “A gente está vivenciando a desaceleração do número de casos, mas ainda temos cerca de 800 novos casos por dia. Então, no contexto de reabertura, isso pode representar um novo processo de rebote no número de casos”, diz a médica.

Covid-19: Pernambuco X Brasil

As medidas do Governo do Estado passam a valer apenas um dia depois que o Governo Federal ordenar que o Ministério da Saúde retirasse os dados sobre o Coronavírus do seu site, dificultando ainda mais o acesso à dados gerais sobre a doença e modificando a metodologia de divulgação para maquiar os reais dados.

Também no domingo último, o Instituto para Redução de Riscos e Desastres em Pernambuco (IRRD) lançou uma ferramenta que calcula o risco do coronavírus no Brasil e nos estados. A área verde significa que há possibilidade para reabertura. A amarela, aponta uma tendência ao estrangulamento do sistema de saúde e, a vermelha, forte possibilidade de colapso. O gráfico do Brasil é vermelho, já o de Pernambuco está caminhando para o amarelo. Acessar gráficos aqui.

O cenário que o país enfrenta atualmente é, de longe, um dos piores do mundo e o atual governo, sem sombras de dúvidas, se mostra completamente inábil no combate à pandemia. A antecipação de etapas do chamado Plano de Convivência com a Covid-19 pode pôr em risco a vida de trabalhadores e trabalhadoras que estarão expostos e expostas ao contágio, seja no ambiente de trabalho, ou no translado entre o labor e a casa.

Especialistas seguem apontando que a reabertura precoce das atividades econômicas pode trazer, não só uma nova onda de contágio, como também uma nova onda de óbitos em decorrência da doença. Novamente, os trabalhadores se veem colocados entre a cruz e a espada, tendo suas vidas postas em risco pelos planos de “convivência” com a aquilo com o qual não se pode conviver.

09 junho, 2020

Sintufepe participa de audiência on-line com o reitor


A Coordenação Colegiada do Sintufepe se reuniu por meio de videoconferência na manhã desta terça-feira (9), com o Reitor Alfredo Gomes, agendando a realização de uma reunião ampliada, também por meio de vídeo conferência com os trabalhadores Técnico-administrativos em Educação de todos os campis da UFPE. A data da videoconferência que terá o canal de transmissão amplamente divulgado pelo sindicato, será no dia 17 de junho, quarta-feira da próxima semana, iniciando às 9h e se estendendo até às 12h. A direção sindical havia solicitado essa audiência pública através de ofício. Acesse aqui o ofício na íntegra.

Na reunião de hoje a direção sindical solicitou agilidade na comunicação entre o sindicato e a reitoria. Onde segundo o sindicato o envio de ofícios não está dando conta da necessidade de respostas para a categoria.

Outros assuntos abordados:

Adicionais Ocupacionais _ Em atendimento à liminar obtida pelo SINTUFEPE-UFPE foi efetuado o pagamento no mês de junho. No próximo contracheque haverá reposição dos valores descontados no mês de maio.

Trabalho Remoto _ O reitor informou que não há previsão de retorno do trabalho presencial dos serviços não essenciais na UFPE. Independente da retomada gradual das atividades econômicas por parte do governo estadual, o assunto não está na pauta atual da universidade. A UFPE não seguirá o cronograma do governo do Estado, com a retomada do trabalho presencial e aulas na rede escolar.
EPI _ Há queixas de que as máscaras faciais de proteção individual, fornecidas pela Universidade para os trabalhadores do setor de segurança da UFPE são de baixa qualidade.

O Sintufepe que está participando da Campanha de Solidariedade da Fasubra, já forneceu 500 máscaras e 45 borrifadores ao pessoal da segurança e do Hospital das Clínicas. E ainda serão distribuídos 600 protetores faciais.

A administração da UFPE alegou que não tinha conhecimento da falta de borrifadores nos setores. Prometeu apurar e providenciar. Já o superintende do Hospital das Clínicas informou que há máscaras N 95 suficientes para todos os funcionários. A entrega está sendo controlada e cada um recebe a quantidade que necessita para o mês todo.

Testes covid _ A gestão do HC informou que vai fazer testes rápido com todos os seus funcionários. Dessa parceria com o Lacen, diariamente, estão sobrando testes. O outro tipo de teste (RT–PCR) terá um cronograma e também terá condições de testar todos os servidores do hospital.

Questionário _ Será divulgado através da Ascom UFPE, trata-se de um questionário sobre o trabalho remoto para os servidores TAE. Os segmentos de professores e estudantes já responderam.

Contratos emergenciais do HC _ Foram contratados, 13 médicos e 45 técnicos de enfermagem. Em relação à escala de trabalho, a gestão informou que continua significativa a quantidade de profissionais afastados. Houve um incremento de 15 enfermeiros, quando a previsão era de 60 e quanto aos técnicos o incremento é de 45, quando a previsão seria de 4 vezes mais.

Está mantida a orientação de manter o máximo dos servidores em seus locais originais de lotação. Houve 1.098 treinamentos presenciais. E prosseguem os treinamentos on line no site da Ebserh.
Terceirizados _ O contrato anterior com a empresa Liserve havia encerrado em maio. O texto do novo contrato está sendo elaborado para abertura de licitação.

Essa é uma situação preocupante porque é um processo que se arrasta desde setembro. Foi então firmado um contrato temporário com a mesma empresa por seis meses. Neste há a ampliação do número de contratados, de 240 para 274 funcionários. De forma gradual serão retomadas as contratações. Serão contratados cerca de 130, de imediato e há expectativa de manter o pessoal do contrato anterior.

05 junho, 2020

Racismo é instrumento de opressão social no Brasil e no mundo



Não é de hoje que a população negra enfrenta as truculências do racismo estrutural no Brasil, nos Estados Unidos e mundo afora. Basta fazer uma breve pesquisa na internet para perceber o quanto a desigualdade racial está enraizada desde os princípios da colonização no século XVI. A partir da adoção histórica de um sistema de opressão e exploração dos povos da África e das Américas pelas elites europeias, se reproduziu ao longo dos séculos uma violência sistêmica, que continua praticando injustiças e assassinatos de homens, mulheres e crianças pretas. Mesmo após a abolição formal da escravidão, o Estado brasileiro não promoveu uma efetiva inclusão e integração social e econômica. Até hoje são inúmeros os casos de despreparo e ação preconceituosa de agentes públicos no atendimento e abordagem à população negra.

Em meio à pandemia mundial da Covid-19, a violência policial surge como uma ameaça à população negra no Brasil e nos Estados Unidos. No mês passado, enfrentando o isolamento social devido aos riscos de contágio do novo coronavírus, o menino João Pedro, um adolescente preto, de 14 anos de idade, foi morto com um tiro de fuzil, dentro de casa, por policiais durante uma operação desastrosa na comunidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Em Minneapolis (EUA), George Floyd, um homem preto, de 46 anos de idade, acusado supostamente por utilizar uma cédula falsa de dólar, foi assassinado em plena luz do dia por um policial branco que o sufocou por aproximadamente oito minutos, diante de outros três oficiais, enquanto o homem dizia repetidas vezes “eu não consigo respirar”. E agora no início do mês de junho, o pequeno Miguel Otávio, de 5 anos, despenca de um prédio de luxo, na capital pernambucana, depois que a patroa da mãe do menino, uma senhora branca, ter intencionalmente deixado o garoto utilizar sozinho o elevador do prédio. Assim, à procura da mãe, a criança fez um caminho que resultou em sua queda, de uma altura de 35 metros, e consequente morte.

Não bastassem esses episódios escandalosos, vaza um áudio do Sérgio Camargo, atual presidente da Fundação Palmares, uma entidade nacional fundada em 1988 para promover e preservar a influência negra na formação da sociedade brasileira, ligada hoje ao Ministério do Turismo. O titular da Fundação Palmares, que é afrodescendente, destrata o movimento negro de maneira coletiva e odiosa, chamando a todos de “escória maldita”. No particular, ele ataca a memória de Zumbi dos Palmares e a reputação da mãe de santo Baiana de Oyá. Esta última denunciou Camargo recentemente pelos crimes de injúria racial, além de discriminação racial e religiosa.

Um artigo do centro de pesquisas Brookings Institution, afirma que um em cada mil negros morre nas mãos da polícia nos EUA. No Brasil, um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos. A pesquisa intitulada “Mapa da Violência” de 2016 mostra que 42.291 pessoas foram vítimas de homicídio no Brasil em 2014. Destas, 70,5% são negras (considerando pretos e pardos). Do total de assassinatos, 59,7% foram de jovens entre 15 e 29 anos de idade.

A Covid-19 escancara a histórica desigualdade racial e social. Nos Estados Unidos é três vezes mais provável que uma pessoa preta morra em decorrência do contágio da doença do que uma pessoa branca. No Brasil, pretos e pardos sem escolaridade morrem quatro vezes mais acometidos pelo novo Coronavírus do que brancos com nível superior, segundo especialistas.

A população dos Estados Unidos segue diariamente na realização de protestos, com milhares de pessoas nas ruas em mais de 70 cidades, pedindo justiça por George Floyd, protestos que já ganham ressonância em grandes metrópoles do mundo, como Londres e Paris. No Brasil, abaixo assinados exigem justiça pelo assassinato do adolescente João Pedro e mais recentemente pela morte do Miguel Otávio.

O Sintufepe-UFPE repudia toda e qualquer prática de racismo, seja no ambiente de trabalho, nas ruas, no Brasil, ou no mundo. Para a direção do sindicato, não é possível construir justiça e igualdade sem antes romper com as correntes da opressão e da segregação. Nas palavras da escritora, filósofa, educadora e ativista estadunidense, Angela Davis, “Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”.

03 junho, 2020

Direção da Fasubra convoca reunião com entidades de base

A FASUBRA realiza hoje (3) uma reunião ampliada em caráter virtual com representantes das Entidades de Base, às 15h, sendo a proposta dar continuidade ao diálogo entre a federação e as entidades nesse período de distanciamento e pandemia. A pauta consiste em debater sobre conjuntura nacional e internacional, além da troca de informes e definição de encaminhamentos, para construir formas de enfrentamento que possam contribuir para a mobilização da categoria aos ataques do governo Bolsonaro mesmo no período de pandemia.
O Sintufepe-UFPE irá participar com três representantes (Adalberto Tavares, Jadilson Miguel e Niedja Ramos), além de outros três que já são membros efetivos na Coordenação Nacional da Federação (Agar Pereira, Fernando Maranhão e Paulo de Tarso), totalizando a participação do sindicato em seis membros.

02 junho, 2020

“MP da Intervenção nas Universidades” caduca no Congresso Nacional


A Medida Provisória 914/2019 perdeu a validade no dia 01 de junho, o que representou uma vitória das entidades sindicais da educação e comunidade acadêmica, contra os inimigos da Autonomia Universitária. Depois 120 dias da publicação da Medida Provisória, sem que tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional, o desgoverno de Bolsonaro perde mais uma.
Essa é a segunda MP de interesse do MEC (Ministério da Educação) derrubada pelo Congresso dessa forma, por falta de apoio entre os deputados. A primeira foi a carteirinha digital, artimanha do governo para enfraquecer o Movimento Estudantil.
E a próxima investida do governo já foi apresentada, é o PL do Future-se, que deve ser igualmente combatido pelos sindicatos e movimentos da educação, em defesa da Universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. E aqui, o Sintufepe-UFPE faz um chamado para cada integrante da categoria em reforçar essa luta, seja por meio das redes sociais ou outros espaços de interação. Visando avançar em cada derrota desse governo, a repulsa por seu projeto autoritário dentro e fora dos campis.    

01 junho, 2020

Bolsonaro congela o salário do funcionalismo público pelos próximos 2 anos


A afirmação do ministro da economia, Paulo Guedes, durante reunião ministerial do dia 22 de abril, chamando os servidores de “inimigos”, revela a visão do governo sobre os trabalhadores que estão na ponta de lança dos serviços do Estado. “Nós já botamo (sic) a granada no bolso do inimigo”. Essa é a frase dita pelo ministro de Bolsonaro tratando agora de já sancionada Lei Complementar n° 173, de maio de 2020.
O presidente Bolsonaro vetou o trecho da lei que tratava dos salários de servidores. Com o veto, os servidores terão um congelamento salarial até o fim de 2021. De acordo com o texto, a União entregará, na forma de auxílio financeiro, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, em quatro parcelas mensais e iguais, no exercício de 2020, o valor de R$ 60 bilhões para serem aplicados, em ações de enfrentamento ao Coronavírus.
Na frente das câmeras, Paulo Guedes, diante da pauta indigesta buscava ser cordial, “estamos pedindo uma contribuição do funcionalismo, que sejam suspensos os aumentos”, mas o vídeo da reunião ministerial foi revelador quanto à trama de um ministro que vê como inimigos, 11 milhões de servidores públicos federais, estaduais e municipais do país, além de aproximadamente 35 milhões de pessoas que integram as famílias desses servidores, segundo estimativas do IBGE.
Mobilização contra os vetos
Atos públicos foram realizados no mesmo dia em que Bolsonaro sancionou a Lei Complementar e ainda há chances do veto ser derrubado em sessão conjunta do Senado e da Câmara que irá apreciar as mudanças do presidente. O movimento sindical já articula pressão sobre os parlamentares e se o veto não for apreciado em 30 dias as pautas da Câmara e do Senado ficarão travadas, impedindo a tramitação de Projetos de Leis nas duas casas.
O Sintufepe-UFPE destaca o desafio que a categoria de Técnico-administrativos em Educação, aliada ao conjunto dos funcionalismo público tem pela frente. Ainda que em meio à pandemia, o sindicato segue ativo, pois a organização da classe é uma necessidade. Esse governo pautado na ilegitimidade de uma eleição fraudulenta e montado em uma rede de mentiras cotidianas não tem qualquer capacidade de conduzir a administração pública, pois governa de costas para o povo e visa desmontar o Estado brasileiro.
A palavra de ordem Fora Bolsonaro e Mourão se afirma como uma urgência, pela conquista da cassação da “chapa fake news” e realização de novas eleições diretas.