25 outubro, 2013

2 anos de Anísio. Há o que comemorar?


O Prof. Anísio vem ressaltando as avaliações de diversos rankings internacionais e nacionais que mostram a UFPE entre as 10 melhores universidades do Brasil e as 20 da América Latina, sendo a única do Norte e Nordeste a estar entre as melhores do País e do continente, como fruto da estratégia da sua gestão nesses dois anos de mandato.
Apesar da visão equivocada que confunde a administração universitária com o saber acadêmico dos docentes, é importante sempre destacarmos que esse posicionamento do qual goza hoje a nossa universidade não é fruto exclusivo do trabalho dos professores. Nós técnico-administrativos temos uma parcela grande e importante para o estabelecimento desse status, embora não sejamos reconhecidos por essa administração da UFPE.
Prova disso reside nas promessas de campanha feitas pelo Prof. Anísio, em relação aos técnico-administrativos, e até hoje, após dois anos de mandato, ainda não foram cumpridas e pelo que parece, serão renovadas para próxima campanha, senão vejamos:

EBSERH – Um dia antes da eleição para reitor, o Prof. Anísio Brasileiro, em entrevista a um telejornal, declarou ser contrário à MP520 que deu origem à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), exatamente pelos mesmos motivos que continuamos sendo contra até hoje.  Após vencer a eleição, convocou de forma açodada o Conselho Universitário, sem a presença da bancada técnico-administrativa, para aprovar que a EBSERH realizasse o diagnóstico situacional do HC, o que representa um primeiro passo para contratação da EBSERH pela UFPE. Nessa mesma reunião, a participação da comunidade universitária, contrária à contratação da EBSERH, foi fortemente rechaçada, sendo empregado o uso da força para conter os manifestantes. Isso é o que essa gestão entende por democracia!

Jornada de 30 horas – A jornada de 30 horas semanais sem redução salarial para os técnico-administrativos já é uma realidade em várias universidades. Aqui na UFPE, a jornada de 30 horas não passou de uma promessa vazia. O reitor até criou um GT (Grupo de Trabalho) para fazer um levantamento da demanda de pessoal, supostamente visando a implantação do regime de 30 horas, porém GT para essa gestão significa Ganhar Tempo e nós não temos tempo a perder. A implantação do regime de 30 horas só depende do Reitor.

Política de atenção à saúde do servidor – Em seu panfleto, dirigido aos técnico-administrativos, o Prof. Anísio ressaltava como avanço da gestão da qual participou, do Prof. Amaro Lins, a realização de exames periódicos para todos os servidores, o que era uma inverdade, pois os exames periódicos para os funcionários públicos federais foi uma determinação do Ministério do Planejamento. Nessa gestão, o que era um avanço, virou um retrocesso, pois há mais de dois anos que não são realizados tais exames, que deveriam ser periódicos.

Hospital das Clínicas – Desde o reitorado do Prof. Amaro que o HC vem passando por um violento processo de sucateamento, o qual tem como propósito justificar a contratação da EBSERH para gerenciar o hospital. O Prof. Anísio dizia em campanha que o HC seria uma de suas prioridades (imaginem se não fosse) e se declarava contrário à Medida Provisória de Nº520, que deu origem à EBSERH.
Apesar do escandaloso caos administrativo instalado no HC, denunciado quase que cotidianamente pela imprensa pernambucana, o Prof. Anísio manteve incólume, e por um longo período, a diretoria do Hospital. Com o agravamento da situação, a manutenção da antiga direção, que já vinha há cinco anos, ficou insustentável e para solucionar os problemas (que não são poucos), o reitor, sem consulta alguma à comunidade universitária, resolveu substituir a diretoria do HC, trocando George por Jorge (ou seja, seis por meia-dúzia). Perdeu uma excelente oportunidade de cumprir mais uma de suas promessas de campanha: a convocação de eleições diretas para os dirigentes dos órgãos suplementares da UFPE, dentre os quais está o HC.

Gestão democrática – A UFPE, assim como a maioria das universidades federais, continua sendo uma instituição bastante conservadora com relação à democratização de sua estrutura. Traz em seu estatuto um ranço autoritário da ditadura militar. Não é à toa que nós técnico-administrativos somos excluídos das instâncias administrativas e decisórias da nossa universidade. Essa cultura conservadora e “meritocrata” tem inclusive tirado alguns excelentes professores das salas de aula, da pesquisa e da extensão para exercerem funções que deveriam ser da carreira técnico-administrativa. 
O anúncio feito pelo Prof. Anísio, da convocação de uma estatuinte, na primeira reunião do Conselho Universitário sob a presidência do Vice-Reitor, serviu para, além de tentar canonizar sua imagem de democrata, desviar as atenções para a falta do cumprimento de suas promessas no âmbito da democratização da UFPE, tais como a convocação de eleições diretas para os órgãos suplementares.

O processo estatuinte vem se arrastando e não vem tendo grande repercussão na comunidade universitária, dada a sua metodologia, onde tudo terá que ser aprovado no Conselho Universitário. Ou seja, ao contrário do que defendemos, essa estatuinte não é soberana.






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