O Prof. Anísio vem ressaltando as avaliações
de diversos rankings internacionais e nacionais que mostram a UFPE entre as 10
melhores universidades do Brasil e as 20 da América Latina, sendo a única do
Norte e Nordeste a estar entre as melhores do País e do continente, como fruto
da estratégia da sua gestão nesses dois anos de mandato.
Apesar da visão equivocada que
confunde a administração universitária com o saber acadêmico dos docentes, é
importante sempre destacarmos que esse posicionamento do qual goza hoje a nossa
universidade não é fruto exclusivo do trabalho dos professores. Nós
técnico-administrativos temos uma parcela grande e importante para o estabelecimento
desse status, embora não sejamos reconhecidos por essa administração da UFPE.
Prova disso reside nas promessas de
campanha feitas pelo Prof. Anísio, em relação aos técnico-administrativos, e
até hoje, após dois anos de mandato, ainda não foram cumpridas e pelo que
parece, serão renovadas para próxima campanha, senão vejamos:
EBSERH
– Um dia antes da eleição para reitor, o Prof.
Anísio Brasileiro, em entrevista a um telejornal, declarou ser contrário à
MP520 que deu origem à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH),
exatamente pelos mesmos motivos que continuamos sendo contra até hoje. Após vencer a eleição, convocou de forma
açodada o Conselho Universitário, sem a presença da bancada
técnico-administrativa, para aprovar que a EBSERH realizasse o diagnóstico
situacional do HC, o que representa um primeiro passo para contratação da
EBSERH pela UFPE. Nessa mesma reunião, a participação da comunidade
universitária, contrária à contratação da EBSERH, foi fortemente rechaçada,
sendo empregado o uso da força para conter os manifestantes. Isso é o que essa
gestão entende por democracia!
Jornada
de 30 horas – A jornada de 30 horas semanais sem redução
salarial para os técnico-administrativos já é uma realidade em várias
universidades. Aqui na UFPE, a jornada de 30 horas não passou de uma promessa
vazia. O reitor até criou um GT (Grupo de Trabalho) para fazer um levantamento
da demanda de pessoal, supostamente visando a implantação do regime de 30
horas, porém GT para essa gestão significa Ganhar Tempo e nós não temos tempo a
perder. A implantação do regime de 30 horas só depende do Reitor.
Política
de atenção à saúde do servidor – Em seu panfleto,
dirigido aos técnico-administrativos, o Prof. Anísio ressaltava como avanço da
gestão da qual participou, do Prof. Amaro Lins, a realização de exames
periódicos para todos os servidores, o que era uma inverdade, pois os exames
periódicos para os funcionários públicos federais foi uma determinação do
Ministério do Planejamento. Nessa gestão, o que era um avanço, virou um
retrocesso, pois há mais de dois anos que não são realizados tais exames, que
deveriam ser periódicos.
Hospital
das Clínicas – Desde o reitorado do Prof. Amaro que o HC
vem passando por um violento processo de sucateamento, o qual tem como
propósito justificar a contratação da EBSERH para gerenciar o hospital. O Prof.
Anísio dizia em campanha que o HC seria uma de suas prioridades (imaginem se
não fosse) e se declarava contrário à Medida Provisória de Nº520, que deu
origem à EBSERH.
Apesar do escandaloso caos administrativo
instalado no HC, denunciado quase que cotidianamente pela imprensa pernambucana,
o Prof. Anísio manteve incólume, e por um longo período, a diretoria do
Hospital. Com o agravamento da situação, a manutenção da antiga direção, que já
vinha há cinco anos, ficou insustentável e para solucionar os problemas (que não
são poucos), o reitor, sem consulta alguma à comunidade universitária, resolveu
substituir a diretoria do HC, trocando George por Jorge (ou seja, seis por
meia-dúzia). Perdeu uma excelente oportunidade de cumprir mais uma de suas
promessas de campanha: a convocação de eleições diretas para os dirigentes dos
órgãos suplementares da UFPE, dentre os quais está o HC.
Gestão
democrática – A UFPE, assim como a maioria das
universidades federais, continua sendo uma instituição bastante conservadora
com relação à democratização de sua estrutura. Traz em seu estatuto um ranço
autoritário da ditadura militar. Não é à toa que nós técnico-administrativos
somos excluídos das instâncias administrativas e decisórias da nossa
universidade. Essa cultura conservadora e “meritocrata” tem inclusive tirado
alguns excelentes professores das salas de aula, da pesquisa e da extensão para
exercerem funções que deveriam ser da carreira técnico-administrativa.
O anúncio feito pelo Prof. Anísio, da
convocação de uma estatuinte, na primeira reunião do Conselho Universitário sob
a presidência do Vice-Reitor, serviu para, além de tentar canonizar sua imagem
de democrata, desviar as atenções para a falta do cumprimento de suas promessas
no âmbito da democratização da UFPE, tais como a convocação de eleições diretas
para os órgãos suplementares.
O processo estatuinte vem se
arrastando e não vem tendo grande repercussão na comunidade universitária, dada
a sua metodologia, onde tudo terá que ser aprovado no Conselho Universitário.
Ou seja, ao contrário do que defendemos, essa estatuinte não é soberana.