É evidente que a greve dos
Técnico-Administrativos da UFPE afetará muitos serviços na Universidade, isso
faz parte do conflito estabelecido. É uma resposta lógica à intransigência
direta do governo federal em não querer negociar com a categoria, que exige
para além das resoluções para as demandas do Acordo da Greve de 2012, tais como
racionalização de cargos e reposicionamento dos aposentados, a implantação dos
turnos contínuos com uma jornada de trabalho de 30 horas semanais; aprimoramento da carreira;
ascensão funcional; isonomia e valorização dos benefícios entre os três
poderes; liberação dos dirigentes sindicais para exercício de mandato
classista; e revogação da lei de criação da Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (EBSERH). Isso sem levar em conta que o acordo de 2012,
o qual estabeleceu 15,8% em três parcelas (2013, 2014, 2015), não considerou a
inflação de 5,9% ao ano, levando os técnico-administrativos a perdas de mais de
30%, sabido que nem a inflação do período de 2010 a 2012 (22,80%) fora reposta.
E numa conjuntura de ano eleitoral, o objetivo é arrancar um novo acordo com recomposição de perdas, através de aprimoramento
da Carreia, incrementado diferencial de piso salarial e step na tabela do PCCTAE
(Plano de Carreira dos
Cargos Técnico-Administrativos em Educação). Outro elemento é a
disputa contra a implantação da EBSERH. Estabelecida a greve, vamos ocupar
espaços na mídia contra esse modelo de gestão burocrático de intervenção do
governo federal na “autonomia universitária”, principalmente denunciando a
destruição do PCCTEA, com a contratação de pessoal via processo seletivo e não por
concurso público pelo RJU muitos destes cargos com salários muito superiores
aos pagos aos servidores das Universidades. Também, nossa greve tende a crescer
no início de abril com a adesão de outros setores do Serviço Público,
principalmente na Educação. Lutando pela pauta geral.
A direção do movimento paredista buscará demonstrar
para a sociedade a importância dos TAEs no processo de produção da
Universidade, quão fazem falta os Técnico-Administrativos paralisados, assim
foram as greves dos bancários, dos rodoviários, e um exemplo importante a dos
garis da Cidade do Rio de Janeiro, em pleno Carnaval. Sem luta não há conquista!
E motivados pela unidade do movimento vamos parar todas as atividades, mantendo na conformidade da legislação em
vigor o que é essencial, no percentual estabelecido em Lei e a informação
já foi repassada ao Reitor da UFPE e Superintendente do HC (Ofício
64/2014 SINTUFEPE).
Chama-nos
atenção a matéria publicada na Folha/PE “Bibliotecas da UFPE recebem
reforço de quase 24 mil novos livros”, quando um agente público
informa divisão no movimento, não confirmada pelo sindicato, firmando que os
mais de 23.900 livros
adquiridos pela UFPE serão catalogados, mesmo que em período de greve. O desafio está posto! E na história das lutas
na UFPE, comprova que o segmento de Bibliotecários(as)nunca se esquivaram da
luta, e não será nesse momento que vão se esquivar, pois sabem, que tudo pode
esperar e vão demonstrar sua importância (valor) institucional. E aquele que
tem a pressa para a catalogação, que informe ao governo, que a coisa não anda
por causa da greve, que o quanto antes abrir a negociação que ponha fim ao
conflito, melhor para todos (UFPE e Alunos). O mesmo, afirmamos para os
trabalhadores do HC, que insatisfeitos por terem sido “cedidos” pela canetada
do Reitor Anísio Brasileiro para a EBSERH, vão participar desse movimento, de
forma intensa, transformando a indignação em potência no movimento paredista,
pois derrubar a EBSERH é possível.
No Hospital das Clínicas a situação continua
de pior a pior, contradizendo o discurso do Reitor Anísio que com a EBSERH em “um
mês tudo seria resolvido”. Ainda persistem os problemas dos elevadores, falta
de manutenção, trabalhadores de empresas terceirizadas não recebem em dia os
seus salários, falta de medicamentos, materiais para exames, materiais
cirúrgicos, etc. O SAME (Serviço de Arquivo Médico e Estatístico) hoje
funcionando em antigo corredor, já apresenta
rachaduras nas paredes, o local é inadequado para suportar o peso em sobre
carga. Denuncias sobre abalos da estrutura do prédio já foram denunciadas pelo
SINTUFPE as autoridades (Defesa Civil, CREA-PE, Ministério Público e Ministério do Trabalho) solicitando estudos técnicos que resguarde
a segurança dos trabalhadores e usuários do HC. Também acusamos, que a EBSERH
diminuiu o número de servidores no Setor de Marcação de oito para dois,
comprometendo ainda mais o atendimento aos usuário, ampliando os problemas das
filas e espera para uma marcação.
Agora é
greve e tudo que é serviço vai parar (Bibliotecas, Escolaridades,
Secretarias, Hospital das Clínicas, etc.) a partir do dia 24 de março,
segunda-feira. Todos ao primeiro ato da greve na frente da Reitoria da UFPE,
concentração com início às 08:00h. Greve que terá certamente o reforço da
juventude, pois o direito de greve é garantido para aqueles em Estágio
Probatório. Veja aqui Cartilha sobre greve no Setor Serviço Público do
Coletivo Jurídico da Fasubra-Sindical (Cartilha).
Só conquista
quem luta!
O Sindicato só é forte com você na luta!