28 fevereiro, 2018

Em assembleia, técnicos rejeitam quebra na paridade durante as negociações com a reitoria

Reunidos para discutir a conjuntura e eleger os delegados para a Plenária Nacional da Fasubra, os Técnico-Administrativos da UFPE também abordaram o processo da luta contra a biometria e a consequente demanda pela flexibilização da jornada de trabalho. A assembleia se deu na manhã deste dia 28, no auditório do Centro de Ciências da Saúde.

No debate sobre conjuntura as falas sugeriram apontamentos como o aprofundamento do golpe iniciado com a cassação da ex-presidente Dilma, os riscos projetados à sociedade com a política de intervenção político-militar na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, além da criação de um Ministério da Segurança Pública e tratou-se ainda do recuo do governo Temer na Reforma da Previdência, que não está morta, mas teve uma violenta derrota, com a manifestação popular contrária a esta medida e que teve na greve dos servidores públicos das universidades federais uma importante contribuição.

Tratando da Plenária da Fasubra que será realizada entre os dias 2 e 4 de março, na Universidade de Brasília, foram eleitos 6 representantes da base da UFPE além de 2 observadores que estarão participando também em Brasília de um encontro nacional dos técnicos lotados na segurança institucional das universidades federais.

Resoluções 3 e 4 de 2017 põe fim as negociações sobre jornada de trabalho na UFPE

Pouco se andou sobre a regulamentação da flexibilização da jornada de trabalho na UFPE desde a inclusão na Resolução 2 de 2014 da exigência do ponto eletrônico por parte da administração da universidade. Essa medida não foi e continua não sendo bem aceita entre os Técnico-administrativos, porém o reitor Anísio Brasileiro continuou forçando a barra, aplicando essa metodologia a revelia das queixas da categoria nas mesas de negociação.

Até então, com poucos avanços, existia um espaço de interlocução, paritário e direto entre administração e técnicos, foi esse espaço que consolidou a realização de uma audiência pública no auditório do CCSA, ano passado, com a presença do Reitor e Vice-reitoria, onde os técnicos puderam conferir o professor Anísio Brasileiro afirmar com todas as letras de que o ponto eletrônico é uma decisão política do seu reitorado. Agora, expresso nas Resoluções 3 e 4 de 2017, um novo ataque foi desferido. Por decisão da administração central da UFPE haverá além dos 3 integrantes dos Técnicos e 3 representantes da reitoria, mais 3 indicações em cada Comissão de Jornada de Trabalho, pelos Diretores de Centro.

Esse desequilíbrio na relação de negociação foi duramente criticado na assembleia, pois se dá justamente quando a categoria resolve expressar seu repudio ao ponto eletrônico, não comparecendo aos pontos de recolhimento do cadastro biométrico. Tal cadastro está acessível a mais de um semestre e mesmo assim, uma ínfima minoria aderiu.

A assembleia definiu pela realização de uma nova assembleia no dia 14 de março, com ponto específico: Biometria. Lá, será tratado de aspectos jurídicos e políticos para definir estratégias de luta, uma vez que com essa decisão do reitorado de Anísio e Flor, inviabiliza-se qualquer avanço das Comissões, sejam as locais seja a geral. Evidencia-se que a administração guarda para a ampla maioria dos técnicos um regime de trabalho de 40 horas com ponto eletrônico, inclusive para os chefes de departamento, ferindo o principio da isonomia dentro da universidade.

Foi definido ainda a adesão da categoria a participação da atividade da Coordenação de Mulheres do Sintufepe-UFPE, no dia 8 de março, às 9h, que ocorrerá em um toldo localizado entre os centros CE, CFCH e CAC, para realizar um debate pautando do Dia Internacional da Mulher e uma manifestação em defesa do Boicote a biometria na UFPE.