27 agosto, 2019

Nota do Conselho Universitário da UFPE rejeitando o projeto "FUTURE-SE"

A Universidade Federal de Pernambuco, por meio de seu Conselho Universitário, reunido em sessão extraordinária no dia 26 de agosto de 2019, vem a público manifestar-se contrariamente à atual versão do Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras – Future-se, apresentado pelo Ministério da Educação e materializado em projeto de lei a ser remetido ao Congresso Nacional, considerando os princípios constitucionais que regem esta Ifes, comprometidos com os interesses democráticos do Brasil, dentre os quais se destacam os da autonomia universitária, do caráter público, gratuito e de qualidade do ensino superior, da admissão por concurso público, da diversidade do conhecimento e da pluralidade de ideias.
Inicialmente há de se consignar o caráter lacônico do projeto, que não explicita, de modo claro e transparente, as atividades de gestão a serem transferidas para a organização social contratada, a composição do comitê gestor, as diretrizes da política de internacionalização, os critérios de escolha dos fundos de investimento, entre outras questões relevantes para que se possa compreender adequadamente o funcionamento do modelo proposto. A UFPE já possui experiência de boas práticas de governança, empreendedorismo, inovação e internacionalização, aliada às várias formas de parcerias com todos os setores da sociedade, sempre norteada pelo interesse público e o debate plural de ideias.
Entende a Universidade que, ao remeter pontos relevantes para posterior regulamentação do Ministério da Educação, o projeto enfraquece o debate público sobre o tema e desconsidera a competência privativa do Congresso Nacional de aprovar as diretrizes da educação nacional, conduzindo a um modelo de excessiva centralização de poderes no âmbito do Ministério.
Por outro lado, é nítido que o programa pretende transferir a gestão dos recursos financeiros das Universidades e Institutos a uma organização social, escolhida pelo Ministério da Educação, permitindo-se entrever que essa entidade atuará, ainda, na gestão de pessoas, bens e serviços das instituições de ensino. Essa organização social, inclusive, poderá ser escolhida sem prévia chamada pública, prevendo-se a contratação de entidade que já desenvolva projetos junto ao Ministério da Educação.
Conquanto a Universidade Federal de Pernambuco nunca tenha se furtado ao diálogo interinstitucional, acerca de sua participação em projetos de interesse público e no debate sobre os meios de se aumentar a sua eficiência administrativa, suas decisões permanecem pautadas pelos estritos termos da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988. A UFPE analisará, à luz dos seus princípios, a versão que será enviada ao Congresso Nacional.
O art. 207 da Carta Magna é explícito ao assegurar às Universidades “autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial”. Esta prerrogativa não é um fim em si mesmo, mas um meio de se preservar a pluralidade de ideias, o livre pensar, o desenvolvimento científico e tecnológico, sem as amarras que lhes foram impostas no passado recente, nos anos da ditadura.
A autonomia universitária é uma garantia estabelecida em prol de toda a sociedade brasileira e não algo de que as Universidades possam livremente dispor.
Por tais motivos, a Universidade Federal de Pernambuco entende que não lhe cabe, em hipótese alguma, renunciar à sua autonomia, repassando a sua gestão administrativa e orçamentária a uma entidade alheia à comunidade acadêmica.
Repudia a Universidade, inclusive, a possibilidade de escolha de organizações sociais sem prévia chamada pública, além da possibilidade de pagamento de remuneração aos diretores dessas organizações. Essas mudanças seguem na contramão do decidido pelo Supremo Tribunal Federal e desnaturam a própria razão de ser dessas entidades sociais, pensadas como reunião de pessoas que desejam, voluntariamente, trabalhar em prol do interesse da coletividade. Caso aprovadas as alterações, recursos públicos poderão ser destinados ao pagamento desses diretores, escolhidos diretamente pelo Ministério da Educação, sem concurso público, sem prévia licitação, sem qualquer procedimento capaz de preservar a moralidade e a impessoalidade administrativas.
Embora textualmente se diga que a assinatura do contrato de gestão dependerá da anuência da universidade ou instituto, a Universidade Federal de Pernambuco alerta a comunidade, com ênfase aos seus representantes no Congresso Nacional, acerca dos riscos advindos desse projeto. A experiência brasileira demonstra o risco concreto de, caso aprovado o programa, em seguida proceder-se ao tratamento desigual entre as instituições aderentes e não aderentes, inclusive mediante o contingenciamento de seus recursos orçamentários. A proposta de projeto de lei, como está apresentada, contraria os princípios da autonomia universitária e o compromisso de democratização do ensino superior.
A Universidade também se opõe à securitização do seu patrimônio imobiliário, vez que subordiná-lo à lógica e aos riscos do mercado financeiro não condiz com as finalidades constitucionais das instituições de Ensino Superior. Expressa, por fim, a sua perplexidade com a proposta de se permitir aos hospitais universitários a celebração de convênios com operadoras de planos privados de saúde. Esse modelo, adotado no passado, marcou-se pelo tratamento diferenciado concedido aos pacientes dos planos de saúde, em detrimento da população mais necessitada, razão pela qual foi proscrito pelo Sistema Único de Saúde. A aprovação do projeto, neste item, representaria um evidente retrocesso nas políticas de atenção à saúde no país.
Em síntese, a Universidade Federal de Pernambuco permanece aberta ao diálogo, sobretudo no que tange a iniciativas que permitam ampliar o aporte financeiro e aperfeiçoar a gestão administrativa, no âmbito das instituições de ensino superior, e esclarece as razões pelas quais se opõe à atual versão do Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras – Future-se.

20 agosto, 2019

Reunião aberta dos três seguimentos cobra realização de Assembleia Universitária para definir posição contra o “FUTURE-SE”

A terceira reunião aberta para a realização de debate sobre o projeto “FUTURE-SE” se deu no Clube Universitário da UFPE, na tarde dessa segunda-feira (19). A mesa foi composta pelas representações dos três seguimentos da Universidade e contou com a presença do reitor Anísio Brasileiro. Os outros dois momentos em que a comunidade pode discutir sobre o projeto foram no Centro Acadêmico do Agreste (CAA) e no Centro Acadêmico de Vitória (CAV), nos dias 14 e 15, respectivamente.

Essas rodadas de reuniões foram construídas após cobrança das representações sindicais dos Técnico-administrativos e docentes, além dos estudantes da Universidade e articularam junto a FADE e a administração, um amplo debate em que paute-se o que representa esse projeto, tal como está sendo apresentado. Em todos os momentos de discussão se identificou uma ampla rejeição pelo risco explicito da perda da autonomia universitária e da entrega do patrimônio público, científico e acadêmico, aos interesses das citadas “Organizações Sociais” ou "Fundações". Conforme o projeto, essas organizações externas à universidade terão o controle da administração e do orçamento das Instituições Federais de Ensino.

As próximas etapas da mobilização contra o FUTURE-SE se darão pela realização de uma Assembleia Universitária. Para isso, uma agenda foi construída entre as representações dos três seguimentos:

23 de Agosto I 16h I Adufepe – Reunião do Comando Unificado de Mobilização da UFPE

28 de Agosto I 9h – Assembleia Unificada de Técnicos-administrativos, professores e estudantes da UFPE; com local a definir.

02 de Setembro I 16h I Adufepe – Reunião de refundação do Comando Unificado de Mobilização da UFPE e preparação para Ato Público.

18 agosto, 2019

Ademison Rodrigues, PRESENTE!


É com profundo lamento que toda a direção do Sintufepe-UFPE informa o falecimento no dia de hoje do diretor sindical, ADEMILSON RODRIGUES.

ADEMILSON era Coordenador Social, de Saúde e Esporte, da atual gestão do sindicato. Um companheiro que sempre esteva a postos na contribuição com as atividades sindicais, em beneficio da categoria de Técnico-Administrativos da UFPE e na edificação de um sindicato de luta. Por isso, e pelo exemplo de companheirismo nas atividades profissionais, será lembrado por todos que fazem o Sintufepe-UFPE.

A diretoria sindical se soma em solidariedade com a família e amigos por essa prematura perda.

Eleições Sintuifepe: Gestão 2019-2021



Estão abertas as etapas para a disputa do pleito sindical que irá eleger a nova direção sindical 2019-2021. De forma democrática e ampla, o sindicato convoca todos os filiados para acompanhar os trâmites das eleições do sindicato.

Estão disponíveis aos interessados o Regimento Eleitoral, o Calendário Eleitoral e a Ficha de Inscrição de Chapa, todos compelidos em uma sessão do menu deste site, além de informações de interesse das chapas e filiados, divulgadas pela Comissão Eleitoral.

A sessão ELEIÇÕES SINTUFEPE 2019, você encontra na parte superior do site na lista de Menus.

12 agosto, 2019

Todos às ruas amanhã na Greve Nacional da Educação


Sintufepe cobre da reitoria uma posição oficial da UFPE sobre o "FUTURE-SE"

Na última sexta-feira (9) a representação sindical dos Técnico-Administrativos da UFPE, junto aos seguimentos dos docentes e estudantes estiveram reunidos com o Reitor da universidade, para dialogar a respeito dos impactos do projeto "FUTURE-SE" do governo federal nas Instituições Federais de Ensino.
Esse foi o seguindo encontro entre os três seguimentos universitários e a administração para debater esse assunto. O Sintufepe-UFPE no momento da reunião cobrou uma postura consequente da gestão da UFPE a respeito do projeto, que visa abrir as portas administrativas das Universidades Públicas Federais para o mercado e a iniciativa privada.
Se acordou na reunião pelo planejamento de uma agenda oficial da universidade para um amplo debate a cerca do tema, com a realização entre as atividades de uma Assembleia Universitária e de uma posição oficial do Conselho Universitário.

06 agosto, 2019

Hoje é dia de paralisação! E dia 13 é dia de Tsunami da Educação

O Sintufepe-UFPE segue somando forças com professores e estudantes da UFPE, na mobilização e construção da Greve Nacional da Educação, no dia 13 de agosto. Para isso, a categoria de Técnico-Administrativos das universidades federais realizam no dia de hoje uma paralisação nacional, convocada pela Fasubra e referendada pela base da Universidade Federal de Pernambuco. 
A administração da universidade tem sinalizado que por conta da manutenção dos cortes orçamentários nas verbas de custeio, promovidos pelo Ministério da Educação, o prazo limite da manutenção de muitos serviços dos campis ligados a UFPE é o mês de setembro.
É pela defesa da capacidade administrativa e financeira da universidade que paramos; é em defesa da autonomia universitária e das carreiras profissionais dentro da universidade, condenadas ao fim pelo programa "Future-se", que paramos; e paramos também para somar forças para derrotar a proposta de Reforma da Previdência, apresentada pelo governo Bolsonaro e que segue para votação em segundo turno na Câmara neste mês de agosto.

Paramos hoje para reforçar o cordão da luta. Luta em defesa da universidade e da educação pública. Prepara, que dia 13 de agosto um Tsunami da Educação vai tomar conta do Brasil!