- Para os cargos terceirizados no contrato há concursados aguardando convocação;
- Para cargos em que não haja concursados aguardando, existe a possibilidade de promover concurso;
- Os valores constantes no contrato para remuneração de terceirizados é significativamente maior do que o piso da carreira dos concursados;
- Com um contrato de um ano, a empresa terceirizada contratada levará embora o treinamento dos trabalhadores, comprometendo gravemente a continuidade de pesquisas que via de regra, levam anos para apresentar resultados;
- Sem a fixação do pessoal técnico envolvido, a formação de estudantes de graduação e pós graduação fica descontinuada, comprometendo em médio prazo a própria tarefa maior da universidade, que é formar pessoal de alto nível nas graduações e pós.
- O próprio dimensionamento da demanda de espécimes para pesquisa está, declaradamente inconsistente;
Desta forma, a representação sindical dos trabalhadores da UFPE entende que este contrato deve ser imediatamente suspenso, para que seus aspectos jurídico, administrativo, científico, de gestão de pessoas, de gestão de estruturas e equipamentos públicos, reais demandas e eventuais conflitos de interesses entre a gestão pública e empresários privados seja ampla e completamente elucidados. Até lá, defendemos que nenhuma contratação de terceirizados seja feita, nenhum insumo, produto, equipamento, espécime ou serviço seja adquirido através deste contrato e que sejam convocados os concursados para os cargos em tela e/ou realizados concursos públicos para seleção de pessoas para estas vagas e que estas recebam as necessárias capacitações para cumprir a complexa tarefa, tendo claro que estes concursados contribuirão por décadas com a formação de pesquisadores em nosso país.
A inserção de empresas privadas atuando na prestação de serviço público essencialmente de Estado, mesmo que em caráter complementar deve ser tratada com ressalvas, em que pese as justificativas e aspectos gerais de sua contratação; por razões da ocorrência de efeitos políticos, sociais e econômicos a serem suportados pela população. Os recursos estatais que deveriam ser empregados na melhoria das condições de trabalho, sobretudo onde já é evidente a escassez de investimentos em estrutura e recursos humanos tendem a ser destinados para as mãos de empresários.
Há a necessidade de avaliar a falta de ponderação com aplicação de recursos com insumos e contratação de mão de obra mais onerosos do que se houvesse contratação por concurso público, bem como investimento na formação, capacitação e treinamento destes, onde se asseguram condições de trabalho dignas e carreira valorizada para todos os trabalhadores. Evidencia-se a alta rotatividade dos trabalhadores que tendem a não possuir carreira e formação contínua.