21 novembro, 2016

Conselho Universitário lança nota reconhecendo o direito de greve dos servidores da universidade

A reunião do Consuni se deu em meio a muita manifestação do lado de fora do Departamento de Energia Nuclear, na última sexta-feira (18).  Junto aos técnicos, estudantes também pleiteavam participar da reunião do conselho, o que só ocorreu depois de negociar a entrada de 20 alunos e cinco técnicos. Ainda assim, lá dentro, depois de muito cobrado pela paridade de representações entre estudantes e técnicos, o Reitor, Anísio Brasileiro, foi enfático ao responder de imediato, que não entraria mais ninguém.

Iniciada a reunião, foi aberta a manifestação dos três seguimentos da universidade. A representação dos técnicos defendeu a elaboração de uma nota do Consuni, baseada na deliberada pela Universidade Federal de Alagoas, enquanto entre as várias falas dos discentes, foi lida uma pauta interna construída durante a assembleia universitária, realizada no dia anterior.

Depois de defendidas as posições de alguns conselheiros, a vice-reitora, Florisbela Campos, expôs a posição oficial da administração central da UFPE, pelo não corte de ponto aos técnicos e professores em greve, contra a tramitação da PEC 55, dispensando-lhes o mesmo tratamento de movimentos similares em outros anos, tendo em vista que a posição do Superior Tribunal Federal, em outubro, não expressou a publicação do acórdão sobre o corte de ponto, no Diário Oficial.   
  
Segue nota deliberada pelo Conselho Universitário da UFPE

Nota do Conselho Universitário sobre a greve dos servidores da UFPE

O CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UFPE, em reunião extraordinária realizada em 18 de novembro de 2016, reconhece que a Educação Superior é um direito público de natureza essencial para o desenvolvimento do País.

As universidades federais e a UFPE, em particular, têm desempenhado um papel relevante para o desenvolvimento social do Brasil, por meio dos seus servidores docentes e técnico-administrativos, que desenvolvem atividades importantes para a melhoria da qualidade do ensino, pesquisa, extensão e gestão.

Em respeito ao direito de greve dos trabalhadores em educação das universidades federais, o Conselho Universitário manifesta-se pela necessidade de diálogo permanente entre o Governo Federal e as representações sindicais, com vistas a garantir a melhoria das condições de trabalho, a valorização da carreira e o cumprimento integral dos acordos celebrados no ano de 2015.

Considerando que o primeiro compromisso assumido pelo Reitor na cláusula segunda do Termo de Acordo Extrajudicial, firmado no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, foi cumprido nesta data, o Conselho Universitário referenda os demais itens constantes do supracitado dispositivo, quais sejam:

1. Não registrar as faltas dos alunos, em todos os centros da UFPE, enquanto persistirem as ocupações;

2. Criar uma comissão permanente de discussão durante todo o período das ocupações;

3. Abster-se de instaurar qualquer processo administrativo ou se utilizar qualquer meio para perseguir e/ou punir os ocupantes em razão da ocupação, em toda a UFPE


Ademais, o Conselho Universitário se associa com as posições da ADUFEPE e SINTUFEPE – Seção UFPE contrárias à aprovação da PEC 55/2016.