30 maio, 2018

Sintufepe-UFPE manifesta solidariedade com a luta dos trabalhadoes

Já se passam quase 10 dias de um país fora da “normalidade”. Não que um Brasil com 13 milhões de desempregados e 21 milhões de famílias tendo de cozinhar em fogões à lenha, por não poder comprar um botijão à gás seja normal, mas diante de uma absurda desigualdade social cotidiana, aliada a uma passividade bem característica do povo brasileiro, viver 10 dias de desabastecimento provocados pela luta de uma categoria profissional que colocou o governo central do país em cheque, é de fato quebrar tal sensação de “normalidade”.

A greve dos caminhoneiros tomou conta das pautas de conversa, na internet, na TV/Rádio, na universidade, trabalho, em todo canto. Tal feito se dá pela infeliz dependência no modal de transporte rodoviário que o Brasil tem, fruto de uma política atrasada que obedece a péssima prática de pautar os interesses do Estado brasileiro no balcão de negócios eleitoral. Afinal de contas na conta da infraestrutura rodoviária, o Estado entra com o asfalto e o capital privado entra com as transportadoras, por vezes inclusive subsidiada pelo próprio Estado. E é aí que entra os caminhoneiros, uma categoria precarizada, sem regulamentação, carga horária e que vive de negociar frete Brasil a fora.

Com a aplicação da nova política de preços no mercado da Petrobras, adotada pelo governo Temer, o valor do combustível se quer estava cobrindo os custos com o translado de mercadorias no país, o que fez a categoria paralisar as operações e causar todo esse alvoroço pelo Brasil. Revelaram com esse movimento a desfaçatez da abertura de mercado que o Temer/Parente fizeram, desmentindo a propaganda oficial do lucro obtido pela Petrobras no fechamento do trimestre, mas que é fruto dos sucessivos reajustes na bomba de combustível, o qual está sendo custeado pelo cidadão brasileiro.

Na verdade o Michel Temer, ladeado pelo Henrique Meireles e Pedro Parente, visavam conferir uma pseudo competitividade à estatal visando valorizar seus ativos para a privatização. Só que o resultado disso no curto prazo, não foi avaliado pelo governo que por inúmeras vezes ignorou as representações dos caminhoneiros. Deu no que deu. O Movimento nas estradas, potencializado pela escassez de transporte público rodoviário e falta de combustíveis nos postos deu o estopim para um sentimento de mudanças imediatas no país, rapidamente o movimento ganhou a simpatia da população, ainda que desnorteado politicamente.

Agora, um novo ator político entra em cena, a categoria de Petroleiros promove uma greve nacional, prometendo o que chamam de “a maior greve da história da Petrobras”. É uma greve de 72 horas, mas com um potencial de politizar todo esse sentimento de revolta na população. Trata-se de uma greve em defesa da soberania nacional, em defesa da Petrobras e contra sua privatização. Defendem ainda a revisão da atual política de preços da empresa, com a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis.

O Sintufepe-UFPE, atento aos acontecimentos e enquanto sujeito político que não se furta a cumprir um papel proativo na história, manifesta solidariedade a luta dos trabalhadores, no particular aos caminhoneiros e petroleiros que se pautam pelo reestabelecimento da democracia no Brasil, contra a privatização da Petrobras e em defesa do nosso petróleo.

Sintufepe, 29 de maio de 2018