O ato dos técnicos hoje em frente à reitoria da UFPE foi recebido com o já conhecido “diálogo” dá parte do Reitor Anísio Brasileiro, uma viatura da segurança patrimonial estacionada na escadaria da sede administrativa e uma coluna de homens fardados, controlando o acesso de quem entram e de quem sai, na porta. Não é de hoje que a gestão utiliza desse expediente para tentar intimidar as ações de uma categoria fundamental para a vida acadêmica. Expediente que além de reprovável, só estimula negativamente estes trabalhadores no trato com a administração da universidade. Fica registrado assim, o repudio dos técnicos com o mau uso da força da segurança patrimonial da UFPE.
No mais, a atividade deliberada na última assembleia de
recepcionar o reitor, buscando a abertura de um canal de diálogo direto com ele,
foi produtiva ainda que não tenha surtido o efeito desejado. A legítima
intensão dos técnicos presentes era ouvir diretamente do administrador central
na universidade, qual a metodologia utilizada pela reitoria para a implantação
da flexibilização da jornada de trabalho nos campis universitários. Para
otimizar o dialogo, foi instituída uma comissão de intervenção, que iria expor
a posição da categoria, mas sequer essa oportunidade houve.
O staff do reitor Anísio, a todo o momento buscou
inviabilizar esse encontro. Abordando que o reitor só receberia uma comissão e
não o conjunto dos presentes, se quer uma agenda para a realização de uma
audiência pública, que não necessariamente seria no mesmo dia, foi estabelecida
pela dificuldade apresentada pelos assessores do reitor.
Seja durante o ato na frente da reitoria ou durante as negociações
com o staff do reitor Anísio, os técnicos demonstraram preocupação com as
iniciativas da administração em fazer da resolução que trata dos turnos contínuos,
uma moeda de troca no debate sobre ponto eletrônico. Coisa que para a categoria
não necessariamente deve ser vinculada, por se tratar de assuntos distintos. A
própria iniciativa dos técnicos em querer dialogar diretamente com o reitor é
justo por conta de que na Comissão Geral de Flexibilização da Jornada, a
bancada da reitoria tem tratado objetivamente como uma moeda de troca. Turnos
contínuos serão implantados, na medida em que avançar a imposição do regime de
ponto eletrônico.
E eis que pelo exposto hoje se chega a um impasse. Que em
certa medida a resposta desse impasse já foi apresentada pelo professor
Paulo Santana, à frente das negociações, representando a reitoria, “Ponto
eletrônico é uma política institucional, já definida pela reitoria. Não há
negociação nisto”. De resto, os técnicos mantém o empenho pela implantação das
30 horas para todos e para isso propõem a reabertura das negociações em caráter
tripartite: Comissão Geral das 30h + Bancada da reitoria + Bancada sindical.
Para organizar melhor essa campanha, o ato indicou que a direção sindical convoque em caráter de urgência uma assembleia, visando avaliar o ato de hoje e definir coletivamente as táticas de luta, entre as quais já se cogita a paralisação dos trabalhos no campus.