Manifestação agendada para a manhã desta quarta-feira, na
reitoria, como forma de pressão dos técnicos administrativos da Universidade
Federal de Pernambuco, após tentativa de abertura de diálogo com o reitor
Anísio Brasileiro na semana anterior, foi marcada pela disposição da categoria
em seguir na luta contra o avanço antidemocrático da administração com o ponto
eletrônico e pela cobrança da política de flexibilização da jornada de
trabalho, com vistas à implantação uniforme das 30 horas para os técnicos da
Federa de Pernambuco.
Apesar da agenda de reunião com o reitor, quando a categoria
foi atendida o assessor da administração, prof. Paulo Santana, comunicou a
indisponibilidade da participação do reitor Anísio, na mesa. Os técnicos
presentes decidiram então manter a mesa de negociação, porém garantindo os
termos acordados nesse encontro registrados em ata e assinado pelas partes. A
partir de então se iniciou uma maratona tensa de divergências na mesa,
patrocinadas sem pudor pela gestão Anísio/Flor, na busca constante por
desgastar aquele espaço de diálogo.

A reunião foi acompanhada pelo ouvidor da UFPE, o prof. Ivan
Vieira, que apesar de por várias vezes tomar parte, declarando inclusive
simpatia pela instauração do ponto eletrônico, teve um papel final de condução
a todo desgaste gerado na reunião. O assessor da reitoria foi enfático em
afirmar seu limite na negociação, “não posso ultrapassar nem deliberar nada a
respeito do tema ponto eletrônico, uma vez que está é uma definição da
administração”, ponderou sobre o assunto prof. Paulo. Do lado dos técnicos o
questionamento que se fez é de que “a realização de uma nova audiência pública
com o reitor só tem sentido se a administração sinalizar pela abertura na
avaliação de outras formas de se controlar a assiduidade dos técnicos, não exclusivamente
com o uso do ponto”, sentencia um dos integrantes da comissão.
Das divergências sobre controle de assiduidade
O desdobramento desta reunião foi uma continuidade das divergências
expostas na primeira audiência pública, realizada no mês de junho. A reitoria
não aceita negociação quanto a outras formas de
realização desse controle, onde de acordo com o decreto presidencial 1590/95,
dá margem para outras metodologias que podem ser discutidas. Pelo contrário,
desrespeitando todo um acumulo de dialogo que já vinha sendo estabelecido entre
administração e técnicos, sobre a pauta dos turnos contínuos, na resolução
02/2014, a gestão do prof. Anísio na época incluiu no documento a temática do
ponto eletrônico, sem que nos debates fosse observado nada a esse respeito.

Na reunião deste dia 9 a mesma metodologia foi utilizada,
quando na mesa a comissão deixou claro o desejo pelo debate, porém, salientando
a rejeição da forma unilateral com que vem conduzindo a reitoria sobre o
assunto. Quando se chegou há termos conciliáveis a realização dessa nova audiência,
na redação mais uma vez a reitoria nega propositalmente o debate, forçando a inclusão
do ponto eletrônico como único a ser discutido. Expediente que foi duramente
repudiado pelos técnicos presentes, que cobraram respeito ao que se tinha
discutido até ali.
Em
meio às pausas no debate, para que o staff da reitoria pudesse tomar
orientações com a administração, foi tentado um novo acordo, dessa vez redigida
pela comissão de técnicos, e mais um impasse foi criado, quando se evidenciou
que a administração Anísio/Flor se quer se dispõem a assinar algum documento
que trate o assunto pelo termo genérico “controle de assiduidade”, tal como
vinha sendo abordado pela comissão. Foram categóricos ao dizer que só
assinariam se constasse o termo “ponto eletrônico”. Depois de mais uma pausa, o
Ouvidor Geral da UFPE, no uso das atribuições do seu departamento apresentou um
documento acatando o pleito pela audiência, está sendo proativa no encaminhamento
de uma resolução sobre o controle de assiduidade na UFPE. Uma nova reunião
desta bancada está agendada para a próxima terça-feira, 15 de agosto.