09 agosto, 2017

Irreverência, pressão e tensão marcam reunião entre técnicos e reitoria da UFPE

Manifestação agendada para a manhã desta quarta-feira, na reitoria, como forma de pressão dos técnicos administrativos da Universidade Federal de Pernambuco, após tentativa de abertura de diálogo com o reitor Anísio Brasileiro na semana anterior, foi marcada pela disposição da categoria em seguir na luta contra o avanço antidemocrático da administração com o ponto eletrônico e pela cobrança da política de flexibilização da jornada de trabalho, com vistas à implantação uniforme das 30 horas para os técnicos da Federa de Pernambuco.

Apesar da agenda de reunião com o reitor, quando a categoria foi atendida o assessor da administração, prof. Paulo Santana, comunicou a indisponibilidade da participação do reitor Anísio, na mesa. Os técnicos presentes decidiram então manter a mesa de negociação, porém garantindo os termos acordados nesse encontro registrados em ata e assinado pelas partes. A partir de então se iniciou uma maratona tensa de divergências na mesa, patrocinadas sem pudor pela gestão Anísio/Flor, na busca constante por desgastar aquele espaço de diálogo.


A reunião foi acompanhada pelo ouvidor da UFPE, o prof. Ivan Vieira, que apesar de por várias vezes tomar parte, declarando inclusive simpatia pela instauração do ponto eletrônico, teve um papel final de condução a todo desgaste gerado na reunião. O assessor da reitoria foi enfático em afirmar seu limite na negociação, “não posso ultrapassar nem deliberar nada a respeito do tema ponto eletrônico, uma vez que está é uma definição da administração”, ponderou sobre o assunto prof. Paulo. Do lado dos técnicos o questionamento que se fez é de que “a realização de uma nova audiência pública com o reitor só tem sentido se a administração sinalizar pela abertura na avaliação de outras formas de se controlar a assiduidade dos técnicos, não exclusivamente com o uso do ponto”, sentencia um dos integrantes da comissão.

Das divergências sobre controle de assiduidade

O desdobramento desta reunião foi uma continuidade das divergências expostas na primeira audiência pública, realizada no mês de junho. A reitoria não aceita negociação quanto a outras formas de realização desse controle, onde de acordo com o decreto presidencial 1590/95, dá margem para outras metodologias que podem ser discutidas. Pelo contrário, desrespeitando todo um acumulo de dialogo que já vinha sendo estabelecido entre administração e técnicos, sobre a pauta dos turnos contínuos, na resolução 02/2014, a gestão do prof. Anísio na época incluiu no documento a temática do ponto eletrônico, sem que nos debates fosse observado nada a esse respeito.

Na reunião deste dia 9 a mesma metodologia foi utilizada, quando na mesa a comissão deixou claro o desejo pelo debate, porém, salientando a rejeição da forma unilateral com que vem conduzindo a reitoria sobre o assunto. Quando se chegou há termos conciliáveis a realização dessa nova audiência, na redação mais uma vez a reitoria nega propositalmente o debate, forçando a inclusão do ponto eletrônico como único a ser discutido. Expediente que foi duramente repudiado pelos técnicos presentes, que cobraram respeito ao que se tinha discutido até ali.

Em meio às pausas no debate, para que o staff da reitoria pudesse tomar orientações com a administração, foi tentado um novo acordo, dessa vez redigida pela comissão de técnicos, e mais um impasse foi criado, quando se evidenciou que a administração Anísio/Flor se quer se dispõem a assinar algum documento que trate o assunto pelo termo genérico “controle de assiduidade”, tal como vinha sendo abordado pela comissão. Foram categóricos ao dizer que só assinariam se constasse o termo “ponto eletrônico”. Depois de mais uma pausa, o Ouvidor Geral da UFPE, no uso das atribuições do seu departamento apresentou um documento acatando o pleito pela audiência, está sendo proativa no encaminhamento de uma resolução sobre o controle de assiduidade na UFPE. Uma nova reunião desta bancada está agendada para a próxima terça-feira, 15 de agosto.