Primeiro “eles” disseram que para
equilibrar as contas do país seria necessário congelar o envio de recursos para
educação e saúde públicas por 20 anos. Depois disseram que para que essa medida
tenha eficiência seria necessário reduzir direitos da classe trabalhadora com a
reforma trabalhista. Agora, mesmo alegando que outra reforma seja necessária, a
da previdência social, aumentando a idade do trabalhador para este poder se
aposentar, ainda sim, dizem que as contas do governo não fecham e mais, já
estimam que as do próximo ano também tenham dificuldades para “fechar no azul”.
Temer e Meireles cogitam o que na
prática já estão fazendo, congelar os salários dos servidores públicos e mais,
querem aumentar a contribuição previdenciária de 11 para 14 por cento, visando
fazer caixa para custear a economia do país. Percebendo bem, toda essa
contenção de despesas atinge apenas um setor da sociedade, a classe que produz
a riqueza do país, a classe trabalhadora.
A expectativa é um crescimento deste “rombo” em mais de 20 bilhões de reais, chegando aos R$ 159 bilhões em 2017 onde a meta inicial era de R$ 139 bilhões. E preliminarmente se afirma um crescimento dessa meta para 2018, mesmo sendo aprovada a reforma na aposentadoria e não duvide que ainda se mantenha nesses patamares de déficit, após o congelando salarial e aumento da contribuição previdenciária dos servidores.
No planejamento deste governo dos ricos, quem deve pagar a conta da farra com o dinheiro público deve ser o trabalhador. Estão apoiados em um congresso que conta com 40% de sua composição feita de setores empresariais, sem contar com a expressiva bancada do agronegócio e os parlamentares que representam interesses dos bancos. Assim, não há de se contar com medidas de interesse nacional vindas de Brasília.
Eles dizem que não, mas sim, existe alternativa!
Quando o ministro da fazenda
Henrique Meireles diz não haver alternativa, pois diferente desse cenário, a
alternativa seria aumentar impostos, ele mente. A carga tributária do país só
não é tão absurda quanto os valores da sonegação promovida pelos próprios mega
ricos do país, logo, sobre impostos o tratamento que deve se fazer é cobrar,
multar, confiscar e prender os sonegadores que neste ano já causaram um
prejuízo de mais de R$ 350 bilhões.
Esse discurso de falta de
alternativas é reforçado pela mídia, que dá pouco ou nenhum espaço para
propostas praticáveis, mas que prezam pela racionalidade econômica. Já que se
fala de déficit fiscal do país, então que se fale da divida pública, melhor, da
auditoria dessa dívida, visando saber o que se deve realmente. Só em 2016 o
país reteve quase 44% de toda riqueza produzida para pagamento dessa dívida,
inclusive desviando dinheiro da previdência social.
As distorções sociais do país são
absurdas, quem tem uma renda maior contribui (quando não sonega) o mesmo valor
que o cidadão que tem uma renda menor. Trimestralmente os bancos batem recordes
nos lucros, então que se reajuste racionalmente a margem da Contribuição Sobre
o Lucro Líquido do sistema financeiro. Outra medida sensata diante dessa
distorção seria a aplicação de um imposto sobre grandes fortunas, fazendo com
que os que tenham mais dinheiro paguem mais do que os que têm menos.
Quando
se dá espaço para essas propostas, logo os representantes dos ricos tratam de
dizer que elas não resolvem. Porém, como se pode ver ano após ano, as medidas
econômicas conservadoras também não estão surtindo efeito e essa mentira fica a
cada dia mais evidente. Trata-se de uma óbvia postura de classe, onde os ricos
se preservam e põem nas costas da classe trabalhadora a conta. Cabe agora,
revelada essa farsa saber o que se deve fazer para reverter à situação. Nas
ruas e nas urnas.