13 abril, 2018

Moção de Apoio do Sintufepe-UFPE


CONTRA A NATURALIZAÇÃO DA BARBÁRIE DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA UFPE

Por uma universidade que lute pela vida das mulheres!  

“Eu sonho um dia que as minas não tenham que ser tão forte!”

Em Vitória de Santo Antão, quatro mulheres foram assaltadas dentro de casa e duas delas também foram estupradas pelos assaltantes. Dessas quatro mulheres, vítimas de crimes bárbaros que somente são possíveis graças a naturalização do machismo em nossos dias, três são estudantes da UFPE, do Campus de Vitória, e acabam também por se tornarem vítimas da ausência de políticas públicas que levem a sério e lutem pela segurança das mulheres, de maneira efetiva e preventiva, tanto por parte da Reitoria de Anísio e Flor quanto pelo governador Paulo Câmara.

Somente em 2017, o estado de Pernambuco registrou 2.134 casos de estupro e 33.188 casos de violência doméstica e familiar contra mulheres. Os números oficiais de registro de violências contra as mulheres continuam a crescer e, aqui, é necessário pontuar que muitas não conseguem sequer chegar ao ato da denúncia por inúmeros silenciamentos que vão desde o seu agressor até os próprios agentes policiais, que deveriam garantir o acolhimento de sua denúncia e sua proteção enquanto vítima. Na UFPE, apesar do silencio da Reitoria, a insegurança e o medo permanecem no cotidiano das mulheres que transitam no campus da universidade, principalmente entre aquelas que são trabalhadoras e estudantes.

Entre aquelas que são estudantes, infelizmente não é a primeira vez que crimes de estupro nos campus da universidade são denunciados. Em 2015, a Frente Feminista nasce após as denúncias de três casos de estrupo no campus Recife em menos de um mês, que foi necessário realizar inúmeros protestos para que houvesse diálogo com a Reitoria. Recentemente, os cortes contra assistência estudantil acabaram por aprofundar ainda mais as situações de violências que existem ao redor, pois aquelas que não abandonaram seus cursos pelo corte de auxílios fundamentais para suas permanências, principalmente contra aqueles que garantem creche para seus filhos e moradia para poderem estudar, acabam que se submeter a situações de extrema precarização fora da universidade para seguirem na universidade. É valido lembrar que, apesar de existirem casas estudantis no campus de Recife, as vagas existentes estão longe de contemplar a demanda estudantil e, em Caruaru e Vitória, além de não haver casas, a oferta do auxilio-moradia também passou por cortes impostos pela Reitoria de Anísio e Flor.

A revolta que sentimos nesses casos de barbárie, que mulheres são submetidas à extrema violência por homens que acreditam poderem violenta-las, devem nos mobilizar para fazer com que nenhuma mulher vítima de violência se torne mera estatística e que nenhuma outra mulher se torne mais uma vítima. E não é possível priorizar qualquer vida se mantendo em silêncio e omisso ao diálogo e as demandas das mulheres que estão dentro do campus como faz a reitoria de Anísio e Flor. Para isso, nós precisamos entender que a universidade precisa assumir a responsabilidade pelo avanço da qualidade de vida para as mulheres que a constroem, sejam estudantes, técnica-administras, professoras, trabalhadoras terceirizadas, do comércio informal e tantas outras.  

O SINTUFEPE -SS/UFPE por meio da Coordenadora de Mulheres, Naara Maeli, presta toda solidariedade as estudantes do Campus Vitória e faz um chamado pra construção de um Fórum em defesa da vida das Mulheres da UFPE.