04 maio, 2019

Sintufepe-UFPE condena os cortes orçamentários na educação pública

O Brasil assiste revoltado as recentes notícias sobre os cortes no orçamento da educação pública, que apesar de pouco exploradas pela grande imprensa, felizmente circulam livremente nas redes virtuais, a cada compartilhamento das informações. O Ministério da Educação deliberou por um contingenciamento financeiro, inicialmente pautado por represálias ideológicas contra três universidades, o que foi alvo de duras críticas em todo meio acadêmico e formador de opinião e logo depois, dobrou a aposta das represálias, ampliando os cortes de receita para todo o sistema de ensino público técnico e superior. O contingenciamento chega a uma média de 30% no repasse financeiro destas instituições.
Só na Universidade Federal de Pernambuco, estão bloqueados R$ 55,8 milhões, sendo R$ 50 milhões relativos à manutenção e R$ 5,8 milhões destinados a investimentos. O Conselho Universitário da UFPE em nota estima que haverá dificuldades para honrar contratos e pagar as contas básicas para o funcionamento das instalações da universidade, energia elétrica, água, telefone, entre outro serviços que serão prejudicados. A nota do Consuni – UFPE alerta que a manutenção dos cortes significa o comprometimento do segundo semestre letivo em universidade.
Nacionalmente os cortes já causam um déficit de R$ 5,7 bilhões nas Instituições Federais de Ensino e o governo Bolsonaro afirma que através desse dinheiro haverá um maior investimento na educação básica, porém, esse discurso se revela falacioso, quando já se calcula que só no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, dinheiro destinado ao fomento da educação básica do país, os cortes já são orçados em R$ 2,5 bilhões.
Para um governo que não receia em atacar a livre docência através do estimulo a censura, que afirma sem fundamento que não há pesquisa acadêmica nas universidades, quando se sabe que as Universidades Públicas respondem por mais de 95% da produção científica do Brasil e que sustenta um Ministro da Educação, que vê na educação pública um custo e não um investimento, não é de se espantar tamanha irresponsabilidade quanto às consequências do comprometimento da produção acadêmica.
Pautando–se por esses argumentos a direção do Sintufepe-UFPE repudia tamanha inconsequência e reforça o chamado de toda a comunidade acadêmica, além da sociedade, para as mobilizações agendadas que visão por um freio nas intenções impopulares deste governo. Estudantes, professores e técnico-administrativos das universidades públicas já convocam uma greve nacional da educação para o dia 15 de maio e as Centrais Sindicais mobilizam a sociedade para uma greve geral no dia 14 de junho.
04 de maio de 2019
Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Pernambuco