06 dezembro, 2019

Avança no congresso a PEC que põe a conta da crise, nas costas do servidor público


Foi aprovado nesta semana entre os deputados da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 438/2-18, que abre caminho para permitir a redução de jornada e de salários dos servidores públicos. Além de autorizar a redução nos vencimentos, a proposta também visa possibilitar a suspensão do abono salarial, pago a trabalhadores que recebem até dois salários mínimos.

A ideia central da PEC é criar gatilhos para conter as despesas públicas, tal como a PEC Emergencial, já na pauta do governo e que será entregue para análise do Senado Federal, mas que já foi sinalizado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), presidente da CCJ do senado, que terá seu conteúdo apreciado apenas no próximo ano. Na CCJ da Câmara, o texto foi aprovado por 39 votos a 14 e segue agora para uma Comissão Especial instituída por Rodrigo Maia (DEM-RJ), Presidente da Câmara.

Além do ponto mais polêmico que é a permissão para redução da jornada de trabalho e do salário de servidores públicos. Também está previsto demissão de concursados que ainda não tenham estabilidade e de funcionários que ocupam cargos em comissão. Ou seja, o texto está carregado de dispositivos que relegam ao servidor a conta da crise financeira dos entes da federação, além de isentar os maus governantes do mal trato com o dinheiro público.