A guerra cultural promovida pelo governo Bolsonaro contra a educação está
levando o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do
Ministério da Educação (MEC), a querer descartar livros didáticos considerados
sem utilidade. Levantamento feito pela imprensa revelou que há 2,9
milhões de livros didáticos acumulados em um galpão alugado na cidade de
Cajamar, na região metropolitana de São Paulo.
Os exemplares foram comprados pelo MEC no Programa Nacional do Livro e do
Material Didático (PNLD), que distribui obras a todas as escolas públicas
municipais e estaduais. Para evitar que alunos fiquem sem livro no caso de
abertura de turmas ou colégios, sempre é adquirida uma reserva técnica. O FNDE divulgou uma
nota informando que, antes do descarte das obras, haverá uma análise para
descobrir o que poder ser aproveitado. No entanto, o revela que as intenções do
governo Bolsonaro em relação ao conhecimento são incendiárias.
Nada há o que se espantar vindo de um mandatário que afirma que livros
didáticos têm “letras demais”. O que há de concreto é um derretimento do
orçamento na educação pública de 121 bilhões de Reais em 2019 para 101 bilhões
em 2020. Com essa política do “desfazimento” da educação “inservível”,
Weintraub entra definitivamente no hall dos piromaníacos que ao longo da
história da civilização buscaram por meio do fogo reescrever a história e o
conhecimento.