Os técnicos administrativos em educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão em greve sanitária desde 14 de setembro. Sua reivindicação é por condições de biossegurança nos três campi (Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão), envolvendo 13 centros acadêmicos. Essa luta atinge também os estudantes bolsistas, que apoiam os servidores em atividades ligadas à gestão, manutenção e atendimento ao público. Os dois grupos estão sendo obrigados a voltar às atividades presenciais sem garantias de condições adequadas. Por outro lado, assumindo uma postura abertamente discriminatória com a comunidade universitária, a reitoria da UFPE não impôs aos professores essa volta repentina à presencialidade.
Mas o que é uma greve sanitária? É mais um instrumento legítimo de mobilização dos trabalhadores. A greve sanitária ou ambiental é motivada ao se verificar que o local de trabalho não é seguro. Quando deflagrada, os profissionais suspendem as atividades presenciais até que o risco à saúde seja eliminado. No caso da greve sanitária dos técnicos da UFPE, no contexto da pandemia de Covid-19, os riscos são flagrantes, principalmente, no que diz respeito à falta de disponibilização de equipamentos de proteção individual (EPIs); à ausência de adaptação dos prédios para o retorno repentino às atividades presenciais; e à insegurança sentida por aqueles que têm que se locomover até a UFPE por meio de transporte público ou precisam circular nos campi esvaziados.
Por que protestamos hoje? Assim como o Governo Bolsonaro, a gestão da UFPE, à frente da qual se encontram o reitor Alfredo Gomes e o vice-reitor Moacyr Araújo, desconsidera o que diz a ciência e impõe ao elo mais fraco da comunidade acadêmica uma agenda negacionista de "convivência" com o vírus. O Governo Bolsonaro tem implementado contínuos cortes no orçamento das universidades e institutos federais de educação que agravam o sucateamento do ensino público e destroem direitos fundamentais. Essa política está diretamente ligada às condições ambientais e de saúde dos trabalhadores e estudantes no ensino superior público, bem como de toda a população brasileira.
Nesse sentido, a categoria técnico-administrativa rejeita as medidas do atual reitorado da UFPE, que se concretizam em adaptação e adequação às políticas de destruição e morte do Governo Bolsonaro. Servidores e estudantes não devem ser utilizados como "teste", “laboratório” ou “ensaio” para o retorno à presencialidade nesse contexto de insegurança.
Portanto, nós, servidores técnicos administrativos em educação da UFPE, continuaremos mobilizados contra essas ações arbitrárias e discriminatórias da atual gestão e reforçamos: retorno presencial só com vacinação em massa e condições sanitárias garantidas.
Solidários com a sociedade pernambucana, pedimos o apoio a nossa luta em defesa da vida em nosso Estado.
Sem condições sanitárias, sem retorno presencial!
A vida do técnico e do estudante valem tanto quanto a do professor!
Sintufepe UFPE
Em defesa da educação e do serviço público!
Fora Bolsonaro e Mourão!