01 outubro, 2021

GREVE SANITÁRIA COMO INSTRUMENTO DE DEFESA DAS NOSSAS VIDAS!


Os técnicos administrativos em educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão em greve sanitária desde 14 de setembro. Sua reivindicação é por condições de biossegurança nos três campi (Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão), envolvendo 13 centros acadêmicos. Essa luta atinge também os estudantes bolsistas, que apoiam os servidores em atividades ligadas à gestão, manutenção e atendimento ao público. Os dois grupos estão sendo obrigados a voltar às atividades presenciais sem garantias de condições adequadas. Por outro lado, assumindo uma postura abertamente discriminatória com a comunidade universitária, a reitoria da UFPE não impôs aos professores essa volta repentina à presencialidade.

Mas o que é uma greve sanitária? É mais um instrumento legítimo de mobilização dos trabalhadores. A greve sanitária ou ambiental é motivada ao se verificar que o local de trabalho não é seguro. Quando deflagrada, os profissionais suspendem as atividades presenciais até que o risco à saúde seja eliminado. No caso da greve sanitária dos técnicos da UFPE, no contexto da pandemia de Covid-19, os riscos são flagrantes, principalmente, no que diz respeito à falta de disponibilização de equipamentos de proteção individual (EPIs); à ausência de adaptação dos prédios para o retorno repentino às atividades presenciais; e à insegurança sentida por aqueles que têm que se locomover até a UFPE por meio de transporte público ou precisam circular nos campi esvaziados.

Por que protestamos hoje? Assim como o Governo Bolsonaro, a gestão da UFPE, à frente da qual se encontram o reitor Alfredo Gomes e o vice-reitor Moacyr Araújo, desconsidera o que diz a ciência e impõe ao elo mais fraco da comunidade acadêmica uma agenda negacionista de "convivência" com o vírus. O Governo Bolsonaro tem implementado contínuos cortes no orçamento das universidades e institutos federais de educação que agravam o sucateamento do ensino público e destroem direitos fundamentais. Essa política está diretamente ligada às condições ambientais e de saúde dos trabalhadores e estudantes no ensino superior público, bem como de toda a população brasileira.

Nesse sentido, a categoria técnico-administrativa rejeita as medidas do atual reitorado da UFPE, que se concretizam em adaptação e adequação às políticas de destruição e morte do Governo Bolsonaro. Servidores e estudantes não devem ser utilizados como "teste", “laboratório” ou “ensaio” para o retorno à presencialidade nesse contexto de insegurança. 

Portanto, nós, servidores técnicos administrativos em educação da UFPE, continuaremos mobilizados contra essas ações arbitrárias e discriminatórias da atual gestão e reforçamos: retorno presencial só com vacinação em massa e condições sanitárias garantidas.

Solidários com a sociedade pernambucana, pedimos o apoio a nossa luta em defesa da vida em nosso Estado.

Sem condições sanitárias, sem retorno presencial!

A vida do técnico e do estudante valem tanto quanto a do professor!

Sintufepe UFPE

Em defesa da educação e do serviço público!

Fora Bolsonaro e Mourão!