17 dezembro, 2021

Sintufepe/SS-UFPE repudia declaração feita no Conselho Universitário que compara Passaporte Vacinal com AI-5


Nota denunciando declaração feita no Consuni, comparando Passaporte Vacinal com AI-5, bem como o silenciamento dos membros do Conselho frente a esse pronunciamento

As Técnicas e Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) da UFPE repudiam veementemente a comparação da exigência de passaporte vacinal para retorno ao trabalho com o AI-5 de 1968 da ditadura militar no Brasil, feita pela diretora do Centro de Ciências da Saúde, em sessão extraordinária do Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizado no dia 23 de novembro de 2021.

A pretexto de defender o retorno presencial das atividades administrativas, a professora expressou que a exigência de comprovação de vacinação para o retorno, uma das propostas apresentadas pelo Comando de Greve, seria semelhante ao ato do governo militar. Devemos lembrar que este ato foi responsável pelo acirramento do regime e contribuiu para a tortura e morte de brasileiras e brasileiros. O passaporte vacinal, ao contrário, visa garantir que as pessoas estejam vacinadas para circular nos espaços públicos, como medida de segurança sanitária.

A comparação tanto superdimensiona o que poderia ser problemático num passaporte vacinal, quanto diminui o que foi o famigerado ato. Ela é, portanto, desproporcional e descabida, consistindo numa afronta aos Direitos Humanos no Brasil e à memória de um regime de exceção em nosso país. Espanta o silêncio dos membros do Conselho e em especial da gestão central que conduzia os trabalhos da sessão, na figura do reitor e vice-reitor, de uma universidade pública como a UFPE, que teve muitos de seus quadros perseguidos durante o regime.

Em assembleia realizada no dia 30 de novembro, os TAES desta universidade manifestaram seu repúdio à declaração e ao silenciamento, apontando a necessidade de retratação por parte dos responsáveis, em respeito à memória de familiares, amigos e amigas, e, sobretudo, às vítimas do regime.