05 maio, 2013

A EBSERH e às 30 horas para Enfermagem do HC: verdades e mentiras





Fomos informados de que existe uma forte de boato espalhado por algumas Chefias e outros interessados em colher dividendos com a EBSERH, no HC, afirmando que às 30 horas seria implantada com a chegada da Empresa na Gestão do HC/UFPE. Sabendo que isso é uma manobra para enfraquecer o movimento e principalmente a paralisação do dia 08 de maio, resolvemos esclarecer o que de fato é verídico e se há fundamento no que falam.

1º. A jornada de trabalho estabelecida pela EBSERH, de 40 horas semanais, contraria a luta dos Servidores do HC/HC pelas 30 horas. Pode a  EBSERH implantar as 30 horas?

Na legislação dos servidores públicos existe o decreto nº 1.590 que prevê que nas universidades, os gestores públicos dos órgãos, podem flexibilizar a jornada de trabalho, atendido os requisitos desse decreto. O Reitor Anísio Brasileiro se negou a implantar o decreto, mesmo tendo prometido em campanha eleitoral quando candidato. Evidentemente,  ainda não está assegurado esse direito para os trabalhadores do HC. Como a EBSERH está fazendo o diagnóstico situacional com o HC/UFPE para firmar o contrato de Gestão, para se garantir o direito, o Reitor  deve, antes de tudo emitir portaria instituindo a Jornada de 30 horas e dispor nos termos do contrato, que seja condicionado que a prestação dos serviços dos servidores da UFPE sejam mantidos nas 30 horas semanais. Entretanto, não há nenhuma segurança jurídica quanto a isso. A EBSERH é uma empresa, com personalidade jurídica diferente e pode impor seus requisitos, inclusive o ter jornada única de 40 horas. Além disso, os profissionais de saúde serão convidados para além dessa jornada, vender sua mão-de-obra para receberem Adicional de Plantão Hospitalar (APH).

Neste caso, como fica a autonomia universitária?

Quanto à autonomia, o poder de negociação tem que valer na celebração do contrato. Agora, na medida que a universidade contrata uma empresa, a universidade também vai estar vinculada às regras desse contrato, e se a empresa quiser que a jornada de trabalho seja 40 horas semanais, se for estipulado isso no contrato, a UFPE não terá ingerência para exigir de forma diferente. Seria o mesmo que a UFPE contratar uma prestadora de serviços: a empresa é que terá que escolher os seus trabalhadores, a jornada de trabalho, a remuneração, sem a ingerência da UFPE. Ou seja, a autonomia da UFPE não existe mais sobre o HC, ela só pode ser usada nos atos administrativos realizados pela instituição, fora do HC. Ela perde autonomia sobre a gestão do HC. Assim, a resposta final é de que com a EBSERH, 30 horas fica praticamente impossível.

2. Reitor ignora as reivindicações da categoria

Mesmo tendo sido uma das promessas de campanha do Reitor da UFPE Prof. Anísio Brasileiro “implantação das 30 horas de acordo com a legislação”, na realidade até agora na sua gestão só houve retrocessos. Primeiro,  existia na Enfermagem do HC a mais de 13 anos a jornada de 10 e 11 plantões. Em setembro/2012 a Direção do HC, com a total assistência da Coordenação da Enfermagem implantaram escalas de 14 e 15 plantões. Foram diversas as mobilizações, inclusive na última, ficou a Reitoria emitir portaria para criar a Comissão de 30 horas, coisa que não fez até agora. Há um entendimento que de fato a Reitoria não quer implantar às 30 horas, mas aprofundar a situação para facilitar o serviço da EBSERH. Como se percebe que a Enfermagem tem sido uma grande força nas paralisações do HC e um pólo de resistência contra a EBSERH, a tática dos boateiros é espalhar a informação de mais uma promessa, sobre às 30 horas. Agora, com uma promessa totalmente enganosa, e acredita quem for tolo: que com a EBSERH vem às 30 horas.
É preciso que os trabalhadores do HC saibam o que está acontecendo em outras Universidades onde a EBSERH está entrando, a exemplo da FUB ou UNB (Fundação Universidade de Brasilia) e do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam da Universidade Federal do Espírito Santo), onde jornada de 40 horas agora é imposta por causa da adesão à EBSERH. É importante observar que o modelo é do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, modelo para as unidades da Ebserh, funciona com o regime de 36 horas semanais. Mas, pelo que se apura, o contrato com a Ebserh é de 40 horas. Basta fazer uma visita no site dessa Empresa.
Ainda, sabemos que a cada dia o Reitor Anísio Brasileiro vem pressionando os setores onde os Gestores de Centros Acadêmicos tem mantido às 30 horas, conquista de muitos anos. Portanto, o Sindicato conclama a todos para se unificarem na ação de luta, isonomia no direito. E pior, a cada se expande, setor por setor o ponto-eletrônico só para os técnico-administrativos. A luta é 30 horas para todos! A luta é contra a privatização e por um HC 100% SUS.

Confirme as informações, visite os links abaixo:


Participe das mobilizações – Dia 08 de maio é dia de luta contra a EBSERH, pela jornada de 30 horas e por Gestão Democrática.

Paralisação de 24 horas – Ato Unificado  da categoria.
Concentração a partir das 08:00h na Portaria 4 do HC/UFPE