02 maio, 2013

História do dia do trabalhador


No dia 1º de maio de 1886, 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, nos EUA, em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada para 8 horas de trabalho. A polícia reprimiu a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e matar dezenas de operários.

Mas os trabalhadores não se deixaram abater, todos achavam que eram demais as horas trabalhadas diariamente, por isso, no dia 5 de maio, quatro dias após toda a repressão ocorrida pelas ruas de Chicago, os operários voltaram às ruas e foram novamente reprimidos: 8 lideranças presas, 4 trabalhadores executados e 3 condenados a prisão perpétua.

A luta não parou e a solidariedade internacional pressionou o governo americano a anular o falso julgamento e a elaborar o novo júri, em 1888. Em um novo julgamento foi reconhecida a inocência dos trabalhadores e atribuída culpa ao Estado norte-americano, que soltaram os 3 presos.

Em 1889 o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decretou o 1º de Maio, como o Dia Internacional dos Trabalhadores, um dia de luto e de luta. E, em 1890, os trabalhadores americanos conquistaram a jornada de trabalho de oito horas.

Daí por diante em vários locais do mundo nesta data são realizadas manifestações servem como alerta aos governos e patrões, quanto às condições salariais e de trabalho. O avesso do que se vê nas grandes comemorações, com festas, sorteios e shows, promovidos por centrais não comprometidas com uma estratégia de mudança nas relações entre capital e trabalho.

O desafio é criar um sindicalismo de esquerda, capaz de compreender essa nova configuração do trabalho, que tenha um caráter de classe, que recupere a autonomia política e ideológica da classe trabalhadora contra a política neoliberal do capital e do Estado. O sindicalismo tem que recuperar esse sentido e deve estruturar as categorias que têm tradição de luta para ajudar a estruturar as categorias que não têm, como por exemplo, motoboys, trabalhadores de telemarketing, de supermercado.

A tarefa é recuperar a discussão crítica do capitalismo e das questões que dizem respeito ao futuro da sociedade, que obriga o resgate de uma política que tenha como horizonte o resgate da bandeira socialista. E também lidar com bandeiras imediatas como, por exemplo, diminuir o fosso terrível entre trabalhadores estáveis e trabalhadores precários, trabalhadoras que estão no mercado formal e as que estão na informalidade.