06 dezembro, 2013

Nota de esclarecimento sobre a ocupação da Reitoria UFPE






Manifestação Pública de solidariedade à mobilização do movimento estudantil contra a privatização do HC/UFPE pela EBSERH.

Diante dos fatos ocorridos na Reitoria da UFPE, a categoria de técnico-administrativos desta universidade, por meio de Assembleia realizada na tarde do dia 05 de dezembro/2013 no Anfiteatro 3 do HC, vem prestar sua solidariedade ao movimento estudantil que atuou nos últimos dias em luta  pelo Hospital das Clínicas e contra a sua privatização, e esclarecer que:
1. O Ato de ocupação da Reitoria foi deliberação do Movimento Estudantil, e consequência da abrupta atitude arbitrária e antidemocrática do Reitor da UFPE no Conselho Universitário, privando a comunidade universitária de legítimo direito à manifestação. O reitor vendeu a autonomia universitária, submetendo a UFPE ao modelo privatista imposto pelo governo federal através da Empresa Brasileira de Serviço Hospitalares (EBSERH), sem escutar a comunidade;
2. Apoiamos a luta dos estudantes na ocupação no campo político e na infra-estrutura. Compreendemos a centralidade e a justeza de suas reivindicações, pois são as mesmas que a do movimento sindical.
3. Somos e seremos sempre contrários a qualquer ato lesivo ao patrimônio do povo brasileiro, como é o caso da Universidade. Nesse entendimento, os atos praticados por minoria (pequena fração) do movimento estudantil, não podem ser usados como argumento criar uma cortina de fumaça, desfocando dos verdadeiros propósitos dos estudantes ali presentes que o tempo todo reivindicaram o diálogo em torno de pauta amplamente divulgada na grande mídia.
4. Cabe considerar que entidades estudantis já informaram que as assembleias abertas realizadas no movimento de ocupação deliberavam sobre a não depredação ou ação contra o patrimônio da UFPE, reiterando que os casos de dano ao patrimônio material, caso tenham ocorrido por parte de estudantes, não foram provocados por deliberação do movimento, mas sim por frações que o fizeram de modo oculto, na saída da reitoria, sem o consentimento coletivo.
5. Diante disto, sabemos que o maior culpado disto foi o reitor, que desde 2012 veio prometendo ações democráticas, mas na realidade ele conduziu o processo de adesão à EBSERH de forma tendenciosa e autocrática, através de manobras favoráveis à empresa, descumprindo promessas e traindo os movimentos sindicais e estudantil. Em relação à ocupação, sua postura foi de total esquiva e recusa ao diálogo, recorrendo imediatamente à violência policial de maneira irresponsável, o que poderia ter provocado uma tragédia contra a vida dos estudantes que ficaram num prédio fechado e cercado por dezenas de policiais. Tal tragédia, anunciada pela irresponsabilidade política do reitor, foi evitada pela responsabilidade do próprio movimento de ocupação, quando, em ampla maioria, resolveu deixar o prédio da reitoria de forma pacífica.
 6. Lamentamos a ruptura do Reitor Anísio Brasileiro com o movimento estudantil da UFPE, nos manifestamos veementemente contrários o uso dos trabalhadores da UFPE como milícia da Reitoria. Repudiamos quaisquer atos de violência praticados, não importando a parte. E principalmente, o caráter de criminalização do movimento, imposto desde o início pela Reitoria, através medidas judiciais de reintegração de posse, antes da primazia do diálogo.

A luta contra a EBSERH continuará, agora mais forte do que nunca!