Manifestação
Pública de solidariedade à mobilização do movimento estudantil contra a
privatização do HC/UFPE pela EBSERH.
Diante dos fatos ocorridos na Reitoria da UFPE, a categoria de
técnico-administrativos desta universidade, por meio de Assembleia realizada na
tarde do dia 05 de dezembro/2013 no Anfiteatro 3 do HC, vem prestar sua
solidariedade ao movimento estudantil que atuou nos últimos dias em luta pelo Hospital das Clínicas e contra a sua privatização, e esclarecer que:
1. O Ato de ocupação da Reitoria foi deliberação do Movimento
Estudantil, e consequência da abrupta atitude arbitrária e antidemocrática do
Reitor da UFPE no Conselho Universitário, privando a comunidade universitária
de legítimo direito à manifestação. O reitor vendeu a autonomia universitária,
submetendo a UFPE ao modelo privatista imposto pelo governo federal através da
Empresa Brasileira de Serviço Hospitalares (EBSERH), sem escutar a comunidade;
2. Apoiamos a luta dos estudantes na ocupação no campo político
e na infra-estrutura. Compreendemos a centralidade e a justeza de suas
reivindicações, pois são as mesmas que a do movimento sindical.
3. Somos e seremos sempre contrários a qualquer ato lesivo ao
patrimônio do povo brasileiro, como é o caso da Universidade. Nesse
entendimento, os atos praticados por minoria (pequena fração) do movimento
estudantil, não podem ser usados como argumento criar uma cortina de fumaça,
desfocando dos verdadeiros propósitos dos estudantes ali presentes que o tempo
todo reivindicaram o diálogo em torno de pauta amplamente divulgada na grande
mídia.
4. Cabe considerar que entidades estudantis já informaram que as
assembleias abertas realizadas no movimento de ocupação deliberavam sobre a não
depredação ou ação contra o patrimônio da UFPE, reiterando que os casos de dano
ao patrimônio material, caso tenham ocorrido por parte de estudantes, não foram
provocados por deliberação do movimento, mas sim por frações que o fizeram de
modo oculto, na saída da reitoria, sem o consentimento coletivo.
5. Diante disto, sabemos que o maior culpado disto foi o reitor,
que desde 2012 veio prometendo ações democráticas, mas na realidade ele conduziu o processo de
adesão à EBSERH de forma tendenciosa e autocrática, através de manobras
favoráveis à empresa, descumprindo promessas e traindo os movimentos sindicais
e estudantil. Em relação à ocupação, sua postura foi de total esquiva e recusa
ao diálogo, recorrendo imediatamente à violência policial de maneira
irresponsável, o que poderia ter provocado uma tragédia contra a vida dos
estudantes que ficaram num prédio fechado e cercado por dezenas de policiais.
Tal tragédia, anunciada pela irresponsabilidade política do reitor, foi evitada
pela responsabilidade do próprio movimento de ocupação, quando, em ampla maioria,
resolveu deixar o prédio da reitoria de forma pacífica.
6. Lamentamos a ruptura
do Reitor Anísio Brasileiro com o movimento estudantil da UFPE, nos
manifestamos veementemente contrários o uso dos trabalhadores da UFPE como
milícia da Reitoria. Repudiamos quaisquer atos de violência praticados, não
importando a parte. E principalmente, o caráter de criminalização do movimento,
imposto desde o início pela Reitoria, através medidas judiciais de reintegração
de posse, antes da primazia do diálogo.
A luta contra a EBSERH continuará, agora mais forte do que
nunca!