15 dezembro, 2013

Reitoria da UFPE trata Técnico-Administrativos como terroristas

1.           A Criminalização dos Movimentos sociais na UFPE

Através do Proc. Judicial 0802914-71.2013.4.05.0000-PE o Reitor Professor Anísio Brasileiro de Freitas Dourado conseguiu ordem judicial para impedir suposto ato de atentando contra o vestibular. O expediente emitido por um Juiz em Plantão Judiciário, fora negado sua urgência na 6ª Vara Federal, por falta de probatório.
Lembramos que no regime de ditadura militar a “suposição” era o suficiente para se condenar e dá sumiço aos opositores do “Regime”. Nesse momento, dirigentes sindicais e militantes da UFPE são afetados pela “suposição” histérica de Reitorado, que usa os Aparelhos Repressores do Estado para lograrem sentenças repressivas firmadas em termos tais como: “Esqueçamos a letra fria da lei”. E sem, citação de leis, profere-se aos supostos terroristas indicados pelo Reitor arbítrio de sucumbência e impedimento de circulação nos campi da UFPE em (08 e 09 de 12/2013), sob pena de multa diária de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), e condução pela Polícia Militar ou Polícia Federal (detenção) para fora do ambiente universitário. 
O Reitor, qual o seu antecessor (Amaro Lins) estabelece uma trilha de criminalização do movimento sindical. Quer abafar a voz daqueles que denunciam a “Magnífica” posição autocrática de impor à adesão do Hospital das Clínicas para EBSERH, contestada pela imensa maioria da comunidade universitária.
Ao repassar o HC para administração da EBSERH, o Reitor da UFPE uni-se a outros do Brasil afora, que covardemente se omitiram da luta pela autonomia universitária, transformam-se em Gestores fantoches do Governo Federal, agentes da eliminação da Carreira dos Técnico-Administrativos, dos Hospitais Universitários como ambiente de formação e produção cientifica, conformando um novo modelo que ameaça o Sistema Único de Saúde.  
O impressionante é que em assembleia realizada no dia 05 de dezembro, no Anfiteatro 3 do HC, a categoria deliberou por convocar o movimento estudantil, outros sindicatos e centrais para uma reunião no dia de 10 de dezembro, sendo o Encontro de Entidades, às 16h, na Sede do SINTUFEPE, visando a organização de uma “Frente de Lutas” e calendário de ações de resistência e defesa do HC, público e estatal e vinculado à UFPE. Ou seja, nada, absolutamente nada, tinha-se ventilado para ocorrer durante o Vestibular em 08 e 09 de 12/2013 (domingo e segunda-feira). Contudo, o serviço de “inteligência” do Reitor “supôs” ação terrorista para justificar o emprego da força, pelo Aparelho Repressor do Estado (Justiça, Polícias Militares e Federais) contra os militantes sindicais. Diante disso, o sindicato já acionou sua assessoria jurídica, para respostas e estudos de contrapartida de danos à entidade e filiados.


2. O vandalismo não se justifica e não é nossa prática histórica

O SINTUFEPE e tantas outras entidades sindicais repudiam o vandalismo, seja o praticado pelo movimento organizado ou parcela deste, bem como os praticados pelos Gestores de Plantão que com maior potencial ofensivo à sociedade ampliam o estado precário de assistência à Saúde do provo brasileiro. O vandalismo nunca fez parte da estratégia na nossa história de luta, principalmente diante da violenta mutação institucional de mercantilização da saúde pública e destruição da autonomia universitária presentes no Ato autocrático de adesão à EBSERH promovido pelo Reitor Anísio Brasileiro.
A recente ocupação da reitoria da UFPE foi parte de um processo de disputas e de resistência e justificou pelo anseio da categoria que firmou seu apoio político e logístico em Assembleia no dia 05 de dezembro e por decisões anteriores. Ao buscar confundir o movimento e a instituição sindical com os atos de uma minoria, a Reitoria pretende desfocar e confundir a comunidade universitária, criando a generalização como fundamento proposital. Com essa cortina de fumaça o Reitor objetiva deslocar o debate de sua centralidade: o ato absolutista de imposição da EBSERH para a comunidade da UFPE.
Denunciamos que o verdadeiro vandalismo contra o patrimônio da UFPE fora cometido paulatinamente pela gestão (Anísio Brasileiro) nos últimos dois anos e na do antecessor Amaro Lins. O HC e os campi da UFPE foram vítimas da multiplicação obras inacabadas. A incompetência gerencial comprometeu a UFPE para os próximos anos, principalmente no campo da pesquisa (perda de inúmeros projetos de tecnologia de ponta em diversas áreas da ciência). Na gestão do HC, aprofundou-se o sucateamento como estratégia para justificar a adesão à EBSERH, mesmo com recursos do REUF (2010), caso dos elevadores que teve verbas devolvidas duas vezes, por mera incompetência gerencial. No caso do Pet Scan, também, até hoje parado, e tantos outros projetos, não implementados simplesmente para justificar a vinda da EBSERH. Atos de omissões que comprometeram a área de ensino, pesquisa e assistência no HC, fechando-se ala de pediatria, por falta de preceptoria, e outros programas de Residência Médica ameaçados. Agora EBSERH vem com promessa de gerenciamento competente, certificando à gestão da UFPE a insuficiência de desempenho.

3. Os aparelhos da Ditadura do Magnífico - a "inteligência" que formula a suposição

É evidente e não justificável o ódio do Reitor aos dirigentes sindicais, que na legítima defesa institucional provocou o Ministério Público com ação de improbidade administrativa contra o mesmo, que teve como desfecho a exoneração do cargo do anterior Diretor Superintende do HC/UFPE. Hoje a UFPE está num processo catastrófico de transformação em “escolão do 3º grau”, funcionando em três turnos, com precários laboratórios e péssimas condições de trabalhos para técnicos e pesquisadores.
A caracterização de um regime absolutista está deplorável e vergonhosamente instalado no ambiente universitário, incompatível com a República construída pós Constituição Federal de 1988. As relações dispensada pela Administração da UFPE para os movimentos sociais são práticas antes só vistas nos regimes totalitários e de exceção. Agora impera o agir preventivo eivado somente por argumentos do campo da “suposição”, para estabelecimento do regime de terror, mesmo sem conjunto probatório, seguem-se as ameaças. A “verdade” se reflete sob circunstância da suposição elaborada pelo aparelho de “inteligência” do sistema. Nas atividades sindicais é comum a presença de agentes com escutas, “especialistas” dedo duro, que qual Xeleléos dispensam informações em vídeos e fotos para seus superiores. Esses expedientes alimentam o Reitor de informações, que prontamente aciona a AGU, que buscará a via judicial, o mecanismo repressor. Vivenciamos hoje na UFPE emergindo um retorno dos métodos da vencida ditadura. O ditador impõe a força para governar.
Em que pese todo sistema de ameaças, continuaremos firmes na luta contra a EBSERH, pela revogação da sansão dos termos de Contrato de Adesão. Nossa luta por uma gestão democrática continua, e se não será é nesse momento, mas esperamos construir com outro gestor, o retorno à democracia. Sempre cobraremos publicamente o cumprimento das promessas de campanha do Reitor atual, o estelionato eleitoral será sempre denunciado.  A UFPE precisa voltar a seu ambiente republicano, destruído pelo gestor de plantão.

A luta contra a EBSERH continua!
Abaixo a ditadura!