Coletivo Graúna*
Nos últimos dias, a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou proposta que põe fim
a estabilidade no serviço público. Sob a pretensa defesa da “eficiência”, o
projeto prevê a demissão de servidores públicos com “desempenho insuficiente”.
Sabemos bem que, longe de garantir melhoria na qualidade no atendimento à
população, tal medida será usada para atacar a autonomia do servidor público
frente a chefia do momento, comprometendo o princípio da impessoalidade no
serviço público. Por outro lado, isso certamente não terá nenhum efeito contra
o “mau-servidor”, aquele que não vê problemas em participar de “esquemas”
irregulares, ou que vive apenas a bajular seus superiores.
Na mesma direção, a reitoria decidiu
implementar, de maneira unilateral, o ponto eletrônico para todos os
técnicos-administrativos da UFPE. Essa ferramenta, pretensamente impessoal,
registra apenas a passagem do servidor pelo relógio de ponto duas vezes por dia,
e é, por isso, incapaz de garantir o efetivo engajamento do mesmo nas tarefas
necessárias ao bom funcionamento da universidade. Além disso, tal ferramenta
favorecerá ao assédio a servidores, principalmente àqueles não-alinhados com a
chefia do momento.
O Coletivo Graúna se solidariza com
os técnicos administrativos, e é contrário a instalação de relógios de ponto
eletrônico na UFPE. Chamamos a reitoria a dialogar com a categoria em busca de
soluções mais democráticas, que efetivamente contribuam para a melhoria de
nossa universidade.
*O Graúna é um Coletivo de
professores/as da UFPE