21 maio, 2024

Nota de Apoio à Luta Antimanicomial - TAEs UFPE em Greve


No dia 18 de Maio celebramos o dia da Luta Antimanicomial, movimento social histórico que mudou o rumo da atenção à saúde mental no Brasil, denunciando e combatendo a patologização e a exclusão de sujeitos, assim como a concepção do encarceramento e da privação de liberdade como tratamento. Essas práticas desumanizadoras arrasaram com a dignidade e as vidas de inúmeras pessoas, e por muito tempo serviram de instrumento para fins de controle social. Para lutar contra isso foi preciso nos transformar coletivamente, fortalecer o SUS, democratizar os cuidados, implementar Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) e potencializar os espaços de educação e cultura no território. Neste sentido, as universidades e demais instituições de educação passaram a representar campos fundamentais de resistência, convivência, pertencimento e formação cidadã. É preciso seguir fortalecendo esses propósitos conjuntamente.

Como se sabe, há mais de 60 dias, servidores TAEs das universidades e institutos federais iniciaram uma greve nacional que reivindica melhores salários, condições dignas de trabalho e a devida valorização das instituições públicas de ensino técnico e superior. Neste sentido, o coletivo de TAEs da UFPE em Greve entende que, na atual conjuntura, nossa pauta se encontra e converge forças com a Luta Antimanicomial, que também chama a atenção para a escassez de financiamento e para a falta de políticas públicas verdadeiramente comprometidas com os princípios antiproibicionistas e antimanicomiais. Quando estas instituições enfrentam sucateamentos que ameaçam sua funcionalidade, toda a sociedade perde!

A partir disso, cientes da potência desta data e de tudo que ela representa, decidimos unir nossas vozes para bradar aos poderes públicos nas esferas municipais, estaduais e federal que dediquem a devida atenção e investimentos aos dispositivos e serviços da RAPS, das Universidades e Institutos Federais, a seus trabalhadores e trabalhadoras e usuários e usuárias. Os desafios são imensos e diversos, mas encará-los se faz urgente. Seguiremos juntos e juntas, resistindo e lutando para se “viver, trabalhar e amar em liberdade” (lema atual da campanha pernambucana da Luta Antimanicomial).