03 maio, 2024

REITOR, PAUTE A GREVE NO CONSUNI!


 O Comando Local de Greve (CLG-SINTUFEPE) tem buscado inserir o debate da Greve Nacional nas instâncias deliberativas da UFPE desde a sua instituição. Até o momento, foram registrados seis encontros entre o CLG e Administração da UFPE com pautas e debates imprescindíveis aos(às) companheiros(as) que aderiram ao movimento paredista. Por exemplo, a autonomia do Comando no tocante à essencialidade dos serviços, a suspensão da compensação das horas do recesso natalino durante a greve, a desparametrização do ponto eletrônico em detrimento da ocorrência “EM GREVE” e a revogação do ofício abusivo e assediador da Superintendência da EBSERH aos RJU; foram alguns dos pontos encaminhados e consolidados pela atuação assertiva do CLG nesses encontros.


O que tem de comum nesse resgate que estamos listando? O Reitor e o Vice, Alfredo e Moacyr, não se fizeram presentes nas reuniões com o CLG-SINTUFEPE.  A escuta ativa da pauta de reivindicações e os encaminhamentos das demandas dos TAEs se deu através de seus representantes, a saber, o Chefe do Gabinete, a Pró-Reitora e uma Diretora de Gestão de Pessoas e a Superintendência do HC/UFPE.


Não obstante, a deflagração da Greve pelos docentes da Universidade por meio da sua Representação, a Adufepe, mostrou categoricamente a assimetria de tratamento que a Gestão Alfredo&Moa emprega entre os TAEs e os professores. O Reitor recebeu pessoalmente o Comando Local de Greve dos docentes (CLG-ADUFEPE), ouvindo atentamente os encaminhamentos propostos naquela ocasião (o primeiro dia de greve dos professores).


Se isso não bastasse, o CLG-SINTUFEPE reiteradamente buscou pautar a Greve Nacional nos espaços deliberativos da UFPE, em especial o  CONSUNI, sem a atenção devida da Gestão. Adicionalmente, os representantes técnicos administrativos legitimamente eleitos para ocupar assento nos Conselhos Superiores fizeram um esforço hercúleo de serem ouvidos na tentativa de trazer a pauta em xeque ao debate, porém o conteúdo não fora trazido à baila.


A atual conjuntura da Greve Nacional converge para a necessidade de suspensão das atividades previstas no Calendário Acadêmico de 2024.1, uma vez que os TAEs e os Docentes integram a Agenda Nacional de Lutas junto às suas Entidades Representativas. O entendimento do CLG-SINTUFEPE é que não há plausibilidade de manter as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão à Comunidade Acadêmica com a qualidade desejada enquanto o movimento paredista dos trabalhadores(as) da Educação Federal está em voga. Infelizmente, as expectativas desse debate ser pautado na última reunião do CONSUNI foram frustradas pelo Reitor, responsável tanto pela elaboração do conteúdo a ser pautado quanto pela convocação do Conselho Universitário. Na pauta da reunião do CONSUNI sequer foi colocada a conjuntura da Greve, tampouco a nota de apoio do conselho ao movimento grevista, solicitada repetidas vezes pelo CLG-SINTUFEPE ao Chefe do Gabinete, como forma de oficializar o já declarado apoio do Reitor ao pleito justo e necessário da categoria.


Desse modo, no dia 29/04 (segunda-feira) o CLG-SINTUFEPE realizou uma mobilização na reunião do CONSUNI que ocorreu no Auditório João Alfredo, a fim de dialogar com os membros do Conselho Universitário sobre a necessidade de suspensão do Calendário Acadêmico 2024.1. Nessa ocasião, as falas dos representantes do CLG-SINTUFEPE se juntaram aos dos TAEs conselheiros na avaliação do ascendente fortalecimento da greve com adesão de técnicos e de docentes. O CLG-SINTUFEPE reiterou a importância de assegurar a qualidade do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, proporcionando equidade e oportunidades iguais para todos os discentes, evitando um processo de fragmentação da Universidade e ruptura na transversalidade das disciplinas.


Durante o debate no CONSUNI, o Reitor da UFPE reiterou que a greve dos TAEs é legítima e que o orçamento das Universidades não garante a estabilidade financeira necessária para o bom funcionamento da Instituição.  O Reitor afirmou ainda que a fragilidade orçamentária da Universidade compromete o funcionamento dos serviços mínimos de qualidade à sociedade e reconhece o contexto salarial defasado dos docentes e dos TAEs. 


A decisão do Magnífico enquanto presidente da Mesa do CONSUNI de não permitir a abertura do debate sobre a suspensão do Calendário Acadêmico 2024.1, no momento ou em outra sessão,  vai na contramão das afirmações proferidas por ele, pois não permite o diálogo fraterno de todos os segmentos em greve e, em especial, a escuta das vozes do Corpo Discente. Ao se esquivar do debate qualificado, fica evidente a atitude da Gestão Alfredo&Moa em invisibilizar o Movimento Paredista e sua repercussão no cotidiano da UFPE. 


Em outras palavras, a redução das atividades técnico-administrativas nos Centros em razão da Greve dos servidores, assim como a avaliação da conjuntura do Calendário Acadêmico 2024.1, agora, com a adesão dos docentes ao movimento paredista são fatores cruciais e que merecem a atenção devida do Conselho Deliberativo máximo da Universidade. Contudo, a estratégia da gestão Alfredo&Moa é de encobrir a greve dos(as) trabalhadores(as) e retardar a entrada da UFPE na fileira da luta política pelo resgate de seu valor como patrimônio público de conhecimento e soberania nacional.


NÃO ACEITAREMOS QUALQUER MANOBRA DA REITORIA DE APAGAMENTO DAS REPERCUSSÕES DA GREVE NACIONAL NA UFPE!


NÃO COMPACTUAMOS COM O FALSO SENSO DE “NORMALIDADE” QUE A GESTÃO ALFREDO&MOA QUER DISSEMINAR À COMUNIDADE ACADÊMICA!


Isto posto,  o CLG-SINTUFEPE exige que o Reitor realize CONVOCAÇÃO IMEDIATA  do CONSUNI com a pauta SUSPENSÃO DO CALENDÁRIO ACADÊMICO 2024.1. Reforçamos que o Comando continuará cumprindo seu papel em mobilizar os(as) companheiros(as) nas atividades de greve, nas passagens nos setores que ainda não aderiram ao movimento paredista, no combate ao assédio moral e institucional durante a greve e na participação nos atos unificados com as demais Entidades Representativas em atenção à Pauta Nacional do reajuste salarial imediato, reestruturação da carreira e recomposição do orçamento das IFES.