02 maio, 2024

Nota de repúdio à utilização de bolsistas e estagiários como mão de obra precarizada durante a greve em curso


Aos membros da comunidade acadêmica,

É com profunda indignação que o sindicato dos trabalhadores técnicos administrativos em educação (TAEs) da UFPE , através de seu comando local de greve,se pronuncia diante da utilização de bolsistas e estagiários como mão de obra precarizada durante a greve em curso.

A gestão desta instituição tem optado por permitir uma prática abusiva e desrespeitosa ao recorrer ao trabalho dos bolsistas e estágiários para suprir as demandas deixadas pela paralisação dos TAEs. Essa atitude revela uma total falta de consideração com os direitos trabalhistas e uma completa ausência de responsabilidade social por parte das administrações central e locais.

É importante ressaltar que tais práticas vêm sendo utilizadas em diversos setores da universidade, incluindo o Núcleo de Acessibilidade -NACE,  o Núcleo de Apoio  a Saúde do Servido-NASS, na Sinfra , no Cin, em várias coordenações de curso, departamentos,  centros acadêmicos, assim como na própria Reitoria. Essa disseminação do uso de mão de obra precarizada demonstra uma prática institucional que desrespeita os direitos trabalhistas e perpetua a exploração de estudantes e bolsistas.

A permissão dessa atividade, além de ir contra legislação de estágio e de várias bolsas internas, configura-se claramente como uma prática antisindical, que visa enfraquecer a luta legítima dos trabalhadores por seus direitos. Além disso, deixa os estudantes e bolsistas à mercê de diversos tipos de assédio e exploração, criando um ambiente de insegurança e vulnerabilidade.

Os bolsistas, em sua maioria estudantes em formação, merecem ser tratados com dignidade e respeito. Eles não devem ser explorados como substitutos temporários em situações de greve. Muitos desses jovens lutam para conciliar seus estudos com a necessidade de sustentar-se financeiramente, e a utilização abusiva de sua mão de obra apenas agrava sua situação de precariedade.

Esta prática não apenas desvaloriza o trabalho dos TAEs, como também coloca em risco a qualidade dos serviços prestados por esta universidade. Além disso, cria um ambiente de divisão e injustiça entre os diferentes grupos de trabalhadores e estudantes, minando a solidariedade que deve prevalecer em momentos de luta coletiva.

É dever da gestão zelar pelo bem-estar e pelos direitos de todos os seus trabalhadores e dos seus estudantes, garantindo condições justas de trabalho e remuneração adequada. Exigimos, portanto, que cesse imediatamente o uso desses bolsistas como mão de obra precarizada e que sejam tomadas medidas efetivas para acabar com essas práticas dentro da Universidade Federal de Pernambuco.

Reiteramos nosso compromisso em defender os direitos dos TAEs e de todos os trabalhadores desta instituição, e de forma solidária aos bolsistas e estágiários, e estaremos vigilantes para garantir que práticas abusivas como essa não voltem a ocorrer.

Comando Local de Greve dos Técnicos Administrativos em Educação da UFPE