Nesta terça-feira, 25 de fevereiro, recebemos a
denúncia por parte dos trabalhadores Ascensoristas do Hospital das Clínicas que os mesmos foram desalojadas, desde dezembro de 2014, da sala de convivência que utilizavam. Visitamos o
local para onde os trabalhadores foram realocados e constatamos diversas
situações inadmissíveis. Além de infiltrações, mofo e falta de ventilação é
perceptível a insegurança, uma vez que o acesso se dá por fora do prédio. As trabalhadoras informaram que a sala não
recebe nenhum tipo de higienização por parte da equipe de limpeza do hospital e que
as mesmas trabalham carregando seus pertences com medo de serem furtadas.
Acontece que a sala antes ocupada
pelos Ascensoristas foi reformada para comportar a Central de Maqueiros.
Procuramos a administração do
Hospital e fomos informados por uma funcionária que as Ascensoristas não têm
direito a sala de convivência uma vez que trabalham 6 horas. Salientou que a sala que
visitamos trata-se de um depósito que foi utilizado para guardar o mobiliário
que ela informou ser propriedade particular dos Ascensoristas e que estes trabalhadores não fazem parte
do quadro do hospital. A servidora
informou ainda que os funcionários podem utilizar durante seus 15 minutos de descanso o mezanino no
segundo piso, a copa da administração e o subsolo que hoje é utilizado pelos trabalhadores terceirizados que fazem a limpeza e não podem circular pelo hospital durante
seu horário de intervalo.
Visitamos o mezanino e encontramos um ambiente sem estrutura para receber o intervalo das trabalhadoras.
Ao chegarmos ao subsolo, que foi indicado pela administração
do hospital como área de convivência, constatamos o profundo desrespeito com
que a Ebserh tem tratado os trabalhadores da casa. Encontramos um ambiente
escuro, com mau cheiro, repleto de entulhos, sem ventilação, alagado e cheio de
mofo. Os trabalhadores que lá se encontravam na ocasião informaram que no ambiente há uma grande
quantidade de mosquitos e que é possível se deparar até com timbus.
É inadmissível que uma instituição
de saúde exponha a condições degradantes seus trabalhadores e que queira
justificar o “despejo” das servidoras por questões legalistas. As trabalhadoras
com quem conversamos possuem entre 25 a 32 anos de casa e relataram que sempre
tiveram sala de convivência, sendo visivelmente desrespeitadas depois de tantos
anos de dedicação ao trabalho.
A geladeira, armários e mesas que
compunham a copa e que foram indicados pela administração como propriedades
pessoais dos trabalhadores na verdade são da Universidade conforme pôde ser
constatado através de tombamento.
Esta, infelizmente, é apenas uma
das mazelas derivadas da contratação da Ebserh para gerir o Hospital das
Clínicas da UFPE. O Reitor, e todos aqueles que aprovaram tal contratação precisam se pronunciar. Lembramos que a
adesão a Ebserh se deu de forma autoritária, numa seção tumultuada do Conselho
Universitário, onde os que se opunham à
contratação não tiveram sequer a oportunidade de defender contrariamente.
O SINTUFEPE/UFPE não medirá
esforços para defender os trabalhadores do Hospital das Clínicas deste e de
outros ataques.