26 março, 2015

O que está por traz dos porcelanatos do HC

Nesta terça-feira, 25 de fevereiro, recebemos a denúncia por parte dos trabalhadores Ascensoristas do Hospital das Clínicas que os mesmos foram desalojadas, desde dezembro de 2014, da  sala de convivência que utilizavam. Visitamos o local para onde os trabalhadores foram realocados e constatamos diversas situações inadmissíveis. Além de infiltrações, mofo e falta de ventilação é perceptível a insegurança, uma vez que o acesso se dá por fora do prédio.  As trabalhadoras informaram que a sala não recebe nenhum tipo de higienização por parte da equipe de limpeza do hospital e que as mesmas trabalham carregando seus pertences com medo de serem furtadas.


Acontece que a sala antes ocupada pelos Ascensoristas foi reformada para comportar a Central de Maqueiros.

Procuramos a administração do Hospital e fomos informados por uma funcionária que as Ascensoristas não têm direito a sala de convivência uma vez que trabalham 6 horas. Salientou que a sala que visitamos trata-se de um depósito que foi utilizado para guardar o mobiliário que ela informou ser propriedade particular dos Ascensoristas e que estes trabalhadores não fazem parte do quadro do hospital.  A servidora informou ainda que os funcionários podem utilizar durante seus 15 minutos de descanso o mezanino no segundo piso, a copa da administração e o subsolo que hoje é utilizado pelos trabalhadores terceirizados que fazem a limpeza e não podem circular pelo hospital durante seu horário de intervalo.
Visitamos o mezanino e encontramos um ambiente sem estrutura para receber o intervalo das trabalhadoras.
Ao chegarmos ao subsolo, que foi indicado pela administração do hospital como área de convivência, constatamos o profundo desrespeito com que a Ebserh tem tratado os trabalhadores da casa. Encontramos um ambiente escuro, com mau cheiro, repleto de entulhos, sem ventilação, alagado e cheio de mofo. Os trabalhadores que lá se encontravam na ocasião informaram que no ambiente há uma grande quantidade de mosquitos e que é possível se deparar até com timbus.


 

É inadmissível que uma instituição de saúde exponha a condições degradantes seus trabalhadores e que queira justificar o “despejo” das servidoras por questões legalistas. As trabalhadoras com quem conversamos possuem entre 25 a 32 anos de casa e relataram que sempre tiveram sala de convivência, sendo visivelmente desrespeitadas depois de tantos anos de dedicação ao trabalho.
A geladeira, armários e mesas que compunham a copa e que foram indicados pela administração como propriedades pessoais dos trabalhadores na verdade são da Universidade conforme pôde ser constatado através de tombamento.

Esta, infelizmente, é apenas uma das mazelas derivadas da contratação da Ebserh para gerir o Hospital das Clínicas da UFPE. O Reitor, e todos aqueles que aprovaram tal contratação  precisam se pronunciar. Lembramos que a adesão a Ebserh se deu de forma autoritária, numa seção tumultuada do Conselho Universitário, onde os que se opunham  à contratação não tiveram sequer a oportunidade de defender contrariamente.

O SINTUFEPE/UFPE não medirá esforços para defender os trabalhadores do Hospital das Clínicas deste e de outros ataques.