Ontem (15) a gestão do Hospital das Clínicas apresentou aos dirigentes do Sintufepe-UFPE uma proposta de retomada das atividades presenciais e atendimento ao público nos ambulatórios médicos. A reunião entre a direção do sindicato que representa os trabalhadores do HC-UFPE e a superintendência da unidade de saúde se deu por videoconferência. O plano será avaliado pela entidade sindical, mas foi de imediato informado não haver concordância com a execução dos prazos formulados, no atual cenário de suposta estabilidade da pandemia da covid-19 no estado de Pernambuco.
O encontro de ontem foi consequência de reinvindicações do sindicato, visto que a administração do hospital convocou uma reunião ampliada com os servidores na última sexta-feira (10), sem dialogar com a entidade. Naquele evento, os gestores propunham um calendário de retorno de uma parte dos funcionários que estão em atuação remota já para o próximo dia 20. Com a manifestação sindical, a categoria conseguiu a suspensão dessa agenda, para que fosse realizada a escuta dos trabalhadores sobre o tema.
Ontem, a equipe dirigente do HC expôs os protocolos para a circulação de pessoas no ambiente hospitalar e de procedimentos no atendimento. O superintendente Luiz Alberto Mattos concordou que “devem se medir os avanços e recuos, mediante avaliação semanal”. E informou que deverão ser realizados cerca de 4 mil testes e disponibilizadas 10 mil máscaras, em um atendimento diário de aproximadamente 400 pacientes. Em estado de normalidade esse número chega a 1.200 pacientes por dia, nos turnos da manhã e tarde.
Porém, o sindicato trouxe ao debate as circunstâncias reais de quem vivencia as dificuldades cotidianas em um hospital com uma infraestrutura, entre outras situações agravantes, que favorecem a aglomeração de pessoas, e consequentes riscos para a disseminação do vírus. Segundo a própria gestão, 265 trabalhadores, com resultado positivo para o Covid-19, foram afastados.
A superintendência do HC defende um “retorno gradual” dos que estão em regime de trabalho remoto. O que preocupa os funcionários é a sobrecarga de tarefas, a duração da jornada e a exposição deles, bem como dos terceirizados, que executam a limpeza e higienização, tendo em vista o aumento do número de pessoas circulando no ambiente. A representação dos trabalhadores ainda questionou a direção do hospital escola, quanto à apresentação de protocolos de regulação dos pacientes do interior do Estado, que acessam os serviços através do Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
Diante do impasse, o sindicato e a administração do hospital acertaram de divulgar o plano, visando uma reavaliação pelos trabalhadores e submetê-lo a ajustes, devendo o documento ainda passar por novas rodadas de negociação e diálogo. O Sintufepe-UFPE propôs não haver reabertura até que haja um acordo entre as partes. A administração do HC se comprometeu com a proposta, na qual se insere uma prévia adequação que garanta a prestação dos serviços de saúde ao público, aliada à segurança epidemiológica dos servidores.