Uma das reivindicações da greve dos técnicos administrativos
da Universidade Federal de Pernambuco, a reunião do Conselho Universitário aconteceu
na manhã desta terça-feira (16), no prédio da reitoria. Na ocasião, os técnicos marcaram presença no
auditório e tiveram direito a voz, onde expuseram aos conselheiros os motivos
da greve da categoria. Esta reunião era uma cobrança da categoria desde o
início da paralisação. A intenção do movimento era extrair do colegiado uma
nota pública favorável às pautas de reivindicação da greve dos TAE’s.
Antes do início da reunião o Comando Local de Greve promoveu
um café da manhã, que concentrou os trabalhadores na frente da reitoria, em seguida
o movimento se dirigiu para o auditório que ficou lotado, entre técnicos e
conselheiros. A reunião foi aberta pelo reitor, Anísio Brasileiro, que iniciou
os debates concedendo o direito de voz a uma comissão de técnicos, Danilo,
Fernando, Everaldo, Katia e Leilane, em seguida foi a vez dos conselheiros se
pronunciarem.
O diretor do Centro de Ciências Jurídicas, Francisco
Queiroz, foi o primeiro a se manifestar tentando justificar a indisposição
causada com uma portaria emitida por ele na Faculdade de Direito do Recife, que
coagia os técnicos que aderissem à greve com a ameaça de corte de ponto.
Posição que foi rebatida por outros conselheiros, tendo em vista a tradição da
UFPE em não notificar a falta, de técnicos ou docentes em movimentos grevistas.
Foi ponderada ainda pela diretora do Centro de Ciências Biológica, Maria
Eduarda, o que ela chamou de “responsabilidade do movimento” pela assiduidade
dos trabalhadores nas atividades de greve.
Tanto a posição do diretor do CCJ, quanto a da diretora do
CCB foram rebatidas pelos TAE’s em uma nova rodada de intervenções. Os técnicos
argumentaram que não caberia à chefia dos departamentos indagarem cada
trabalhador sobre a forma de se exercer o direito de greve, sendo esta uma
exclusividade de cada trabalhador, e mais, sendo respeitado o critério de
impessoalidade do movimento paredista que é da categoria.
Depois dos debates o vice-reitor, Silvio Romero, leu a
sugestão de nota redigida pela reitoria, que orientou o apoio da universidade
ao movimento e cobrou a instalação imediata de uma mesa de negociação entre a
categoria e o governo, recebendo ainda adendos do plenário sobre um
posicionamento contrário aos cortes de verbas na educação pública. Após lida a
nota, o reitor procedeu à votação e aprovação do texto, com apenas uma
abstenção e nenhum voto contrário.