A afirmação do
ministro da economia, Paulo Guedes, durante reunião ministerial do dia 22 de
abril, chamando os servidores de “inimigos”, revela a visão do governo sobre os
trabalhadores que estão na ponta de lança dos serviços do Estado. “Nós já
botamo (sic) a granada no bolso do inimigo”. Essa é a frase dita pelo ministro
de Bolsonaro tratando agora de já sancionada Lei Complementar n° 173, de maio
de 2020.
O presidente
Bolsonaro vetou o trecho da lei que tratava dos salários de servidores. Com o
veto, os servidores terão um congelamento salarial até o fim de 2021. De acordo
com o texto, a União entregará, na forma de auxílio financeiro, aos estados, ao
Distrito Federal e aos municípios, em quatro parcelas mensais e iguais, no
exercício de 2020, o valor de R$ 60 bilhões para serem aplicados, em ações de
enfrentamento ao Coronavírus.
Na frente das
câmeras, Paulo Guedes, diante da pauta indigesta buscava ser cordial, “estamos
pedindo uma contribuição do funcionalismo, que sejam suspensos os aumentos”,
mas o vídeo da reunião ministerial foi revelador quanto à trama de um ministro
que vê como inimigos, 11 milhões de servidores públicos federais, estaduais e
municipais do país, além de aproximadamente 35 milhões de pessoas que integram
as famílias desses servidores, segundo estimativas do IBGE.
Mobilização contra os vetos
Atos públicos
foram realizados no mesmo dia em que Bolsonaro sancionou a Lei Complementar e
ainda há chances do veto ser derrubado em sessão conjunta do Senado e da Câmara
que irá apreciar as mudanças do presidente. O movimento sindical já articula
pressão sobre os parlamentares e se o veto não for apreciado em 30 dias as
pautas da Câmara e do Senado ficarão travadas, impedindo a tramitação de
Projetos de Leis nas duas casas.
O
Sintufepe-UFPE destaca o desafio que a categoria de Técnico-administrativos em
Educação, aliada ao conjunto dos funcionalismo público tem pela frente. Ainda
que em meio à pandemia, o sindicato segue ativo, pois a organização da classe é
uma necessidade. Esse governo pautado na ilegitimidade de uma eleição
fraudulenta e montado em uma rede de mentiras cotidianas não tem qualquer
capacidade de conduzir a administração pública, pois governa de costas para o
povo e visa desmontar o Estado brasileiro.
A palavra de ordem Fora Bolsonaro e Mourão se afirma
como uma urgência, pela conquista da cassação da “chapa fake news” e realização
de novas eleições diretas.