26 junho, 2020

Nova chefia do MEC tende a se aproximar do “centrão”


O nome anunciado para novo ministro da Educação é Carlos Alberto Decotelli, professor e militar da reserva

No meio da tarde de quinta-feira (25), Bolsonaro divulgou a decisão nas redes sociais. Decotelli é professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Bolsonarista desde a campanha eleitoral de 2018, assumiu de cara a função de presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) logo no começo da gestão. Agora assume o MEC no lugar de  Abraham Weintraub e se torna o terceiro ministro a comandar a pasta da educação desse desgoverno.

Já nas primeiras manifestações depois do anuncio, Decotelli defendeu como prioridade a ampliação do “diálogo e interlocução para que haja a divulgação correta em relação às políticas do MEC”. O FNDE segue como a moeda de troca que o governo oferece para o apoio de partidos no congresso.

Afirmando não ter “preparação para fazer discussão ideológica”, o agora ministro sugere a intenção de neutralizar a ala do governo influenciada por Olavo de Carvalho, o que deve facilitar o loteamento de cargos para legendas como o PP (Partido Progressista) e PL (Partido Liberal) no robusto orçamento do MEC. Só o FNDE controla R$ 54 bilhões ao ano.      

Weintraub e Vélez Rodríguez endossam decisão

Os ex-ministros do MEC, Weintraub e Vélez Rodríguez manifestaram-se sobre a indicação. Weintraub, que segue foragido em Miami (EUA), usou as redes sociais para desejar “muita sorte e sucesso ao ministro e ao presidente”. Já Vélez, disse que o novo ministro “é alguém que dialoga com todo mundo”.

Decotelle tem fama de bom trânsito entre os militares. Oficial da reserva da Marinha, torna-se o 11º ministro militar de um governo que ainda não disse a que veio quando o tema é educação.  

Diante desse cenário de interesses escusos, o Sintufepe-UFPE segue se posicionando em apoio às lutas da classe trabalhadora, em defesa das ciências, da produção acadêmica nacional, da Universidade pública, do Fundeb e do financiamento público da educação como forma de garantir que o conhecimento sirva ao desenvolvimento do país, reduzindo desigualdades e injustiças sociais.

Será mesmo uma gestão técnica e menos ideológica a desse novo ministro?

Sintufepe UFPE
Em defesa da Educação, da Saúde e do Serviço Público